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Siron Franco expõe 35 quadros
em mostra no Tomie Ohtake
Artista também abrirá exposição na Galeria Nara Roesler no próximo dia 14
GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quando ouve dizer que sua
pintura está mais abstrata, Siron Franco rebate: "Mais abstrata coisa nenhuma!". Não estaria nem a caminho da abstração?- é de se perguntar à frente de pinceladas difusas e texturas nebulosas de alguns dos 35
quadros na individual do artista que abre amanhã, no Instituto Tomie Ohtake, com curadoria de Agnaldo Farias.
Não, reitera, "continua figurativa, só que a figuração vem
de outros lugares, de marcas no
chão, da arquitetura, da paisagem do cerrado, por exemplo; e
os contornos não são tão bem
definidos como eram antes".
A diferença entre essa atual
produção -boa parte das obras
são dos últimos cinco anos-e a
antiga é marcante; formaliza-se
pela experiência com técnicas e
recursos mais comuns na abstração, aplicadas, no entanto,
ao imaginário de um Siron antes bastante realista.
A figuração ainda pode surgir
após algum tempo de concentração diante de cada obra.
"Depois de uns 40 segundos",
calcula o artista
A imagem se desembaça, a
vista vai pescando um ou outro
contorno, ora de figuras humanas meio escondidas entre as
pinceladas, como em "Traços
Familiares", ora de um elemento arquitetônico qualquer, uma
escada, uma porta, como em
"Casa Vermelha".
Fase antiga
Para quem conhece a fase antiga, dos anos 70 e 80, principalmente, é possível reconhecer a representação de olhos,
bocas e narizes meio fantasmagóricos, esquisitos, sinistros
até. Agora sempre como parte
de uma sobreposição de várias
camadas de tinta.
Uma nuvem passa pelas criaturas e paisagens de Siron, mas
elas continuam lá, sob a pesquisa do shodô, caligrafia japonesa
que utiliza um único gesto com
o pincel.
Também é recorrente a técnica de deixar a tinta ainda
fresca escorrer pela tela.
O degrau entre uma produção e outra -ou seria melhor
dizer "o caminho", já que Siron
nunca deixou de pintar, em seu
ateliê próximo à cidade de
Goiânia- também tem o respiro de dez anos sem exposições
das pinturas desse período.
A produção de Siron que veio
a público nos últimos tempos
focou seus tridimensionais, a
exemplo dos bonecos, na inauguração da Estação Pinacoteca,
feitos de peças do vestuário,
sob o título "Intolerância".
Além de expor no Tomie Ohtake, Siron também abre exposição na Galeria Nara Roesler no dia 14, com quadros do mesmo período de produção.
SIRON FRANCO
Onde: Instituto Tomie Ohtake (av.
Faria Lima, 201, Pinheiros, tel. 0/
xx/11/2245-1900)
Quando: abertura: amanhã, às 20h,
para convidados; ter. a dom.: 11h às 20h
Quanto: entrada franca
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