São Paulo, sábado, 04 de dezembro de 2010 |
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CRÍTICA DRAMA Metamorfose e delírio de corpos criam o mistério de "Crash" INÁCIO ARAUJO CRÍTICO DA FOLHA Há filmes que só com o tempo se deixam compreender e, sobretudo, aceitar. Nesse caso está "Crash - Estranhos Prazeres" (AXN, 21h, 12 anos), quase um prodígio de David Cronenberg (partindo de outro, o livro de J.G. Ballard). Não é fácil incorporar, com efeito, esses estranhos seres fascinados por trombadas, com seus ruídos, vidros quebrados, cicatrizes etc.: marcas de sua distância em relação ao outro mundo, o "normal", marcas de corpos que se transformam segundo leis que nos escapam, não as da cronologia. O princípio da mutação, dos corpos que desafiam a composição original, que se buscam na metamorfose delirante, é o que faz o prazer e tormento desses seres. E também o seu mistério: essas vozes baixas, sussurrantes, esses olhos que não se sabe o que olham, se para o vazio ou para sua obsessão, fazem em grande parte o mistério do cinema do canadense David Cronenberg. Texto Anterior: Laertevisão Próximo Texto: Melhor do dia Índice | Comunicar Erros |
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