DA REPORTAGEM LOCAL

Ricardo Waddington, diretor responsável pela criação de "Por Toda a Minha Vida", foi informado pela Folha a respeito da carta do cineasta João Jardim, convidado por ele para co-dirigir o especial.
"Nem estou sabendo desse balde chutado pelo João. Ele deve ter ficado queimado com alguma coisa. Eu sou mais "macaco velho'", disse, em tom bem-humorado.
Sobre o relato de Jardim de que Chico Buarque, Caetano Veloso e João Bosco alegaram razões de agenda para não participar do especial, Waddington afirma: "Isso não cabe discutir. Mas, se o João falou que sim, tudo bem, vou confirmar, foi um problema de agenda".
Em relação a Cesar Camargo Mariano, que Jardim disse na carta ter "fugido da raia", Waddington respondeu rindo: "Isso não cabe falar para você".

Corte
A respeito do corte nas cenas da morte de Elis Regina, que Jardim relatou ter sido feito poucas horas antes de o especial ir ao ar, Waddington, rindo, repetiu: "Também não cabe [comentar]. Não cabe eu falar nada para você".
O diretor complementou: "Cabe eu falar: "Assista ao programa, goste ou não. Se sentiu falta de algo, busque na internet. O que pode ter sentido falta é algo jornalístico. O programa tinha intenção de homenagear Elis, e isso foi alcançado. Há uma geração que não conhecia Elis e passou a conhecê-la, e muitos que viveram aquela época ficaram sabendo um pouco mais dela".
Waddington afirmou ainda que "Por Toda a Minha Vida" "é uma obra de criação". "Evidentemente, para falar de Elis, que teve uma vida riquíssima, teria que fazer pelo menos cinco programas desses. Mas tivemos que escolher. Optamos por não citar algumas coisas que não poderiam ser aprofundadas."
A Folha enviou a carta de Jardim à Central Globo de Comunicação, para que a emissora, acusada por ele de se interessar "somente pela audiência", pudesse comentá-la. A CGCom afirmou que não acrescentaria nada à declaração de Waddington.


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