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Outro Canal
Daniel Castro dcastro@folhasp.com.br
Marcos Michael/JC Imagem
| Foliões brincam no Carnaval em Olinda, que a Band transmitiu |
Dinheiro de Pernambuco seduz a Band
A novidade do Carnaval deste ano na TV foi a abertura de
espaço, pela Band, para as manifestações populares de Pernambuco.
Depois de 15 anos de exclusividade a Salvador, finalmente a
Band cedeu aos apelos do governo pernambucano, comprador de uma cota de patrocínio
(R$ 8,5 milhões na tabela).
Houve protestos na Bahia.
Diante do "glass studio" da
Band em Barra-Ondina (Salvador), o músico Alexandre Peixe
disse ao vivo e em rede nacional
que estava "indignado" porque
a emissora não transmite mais
de Campo Grande -outro ponto de concentração de trios elétricos baianos.
Não é bem assim. A Band
continua em Campo Grande,
mas mostra pouco, porque agora tem de revezar Salvador com
Olinda e Recife. E o áudio em
Campo Grande é péssimo. Parece pirata.
A Band apanhou para transmitir o Carnaval pernambucano, muito diferente do soteropolitano, no qual já tem know-how de cobertura.
Em Olinda, os blocos não têm
caminhão de som, o que prejudica a captação de áudio. Os foliões apenas vão e voltam, o que
não tem a menor graça na TV.
Em Recife, a emissora se postou diante do palco do maior
pólo carnavalesco da cidade.
Exibiu de shows de artistas
consagrados a apresentações
folclóricas. Mas a iluminação e
captação de áudio ainda têm
muito o que melhorar.
SALVE, JORGE
Patrocinadores das transmissões da Band, os governadores de Pernambuco e Bahia
foram paparicados. Ao da Bahia, Jacques Wagner, o repórter perguntou qual era a diferença do Carnaval de 2007 para o de 2008, ambos "maravilhosos". Diante de tanta generosidade, o político nem se importou em ser chamado de Jorge
Wagner (jogador do São Paulo).
FOLIA SHOPPING
O Carnaval da Band é um
grande shopping. Uma geladeira de cerveja compõe o cenário
do estúdio de Salvador. Um repórter leva o nome de refrigerante. Outro, de um creme dental, dá brindes a beijoqueiros.
Os apresentadores pedem lances para o "leilão" de um carro e
anunciam a venda de vídeos,
músicas e fotos pelo celular.
FALASTRÕES
Âncoras da Globo no Rio de
Janeiro, Cléber Machado e Maria Beltrão iniciaram as transmissões falando sem parar. Ficou a impressão de que queriam provar que não só estudaram os enredos, mas também
história e mitologia.
OVER
A Globo estreou um telão
imenso no sambódromo do
Rio, onde exibe as marcas de
seus patrocinadores. Além dos
"efeitos visuais", as escolas têm
que dividir espaço na tela com a
"globeleza" e logomarcas.
ÉTICA PROTESTANTE
Na Record, o Carnaval se resume ao camarote de uma cervejaria no Rio, que patrocina a
transmissão. Já os telejornais
abrem alas para as tragédias.
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