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Crítica
"Antônia" hesita entre encantar e tratar do real
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Até agora buscam-se as causas do fracasso de "Antônia"
(Cinemax, 22h). Era um filme
de que se esperava muito.
Tinha um argumento interessante (centrado em quatro
garotas da Vila Brasilândia, periferia paulistana que formam
um grupo vocal), revelava atrizes, teve a maior força da Rede
Globo.
A própria Globo lançou uma
série com o mesmo nome (e assunto e atrizes e etc.), antes de
o filme sair. Teria sido por desgaste na TV que o filme falhou?
Pode ser. Mas parece vago e há
casos em que a exibição prévia
em TV ajudou no sucesso.
O filme era bem levado, fez-se muita pesquisa, a diretora
Tata Amaral aproveitou bem a
geografia da Brasilândia. Mas,
já na pré-estréia, cheia de gente
da periferia, os aplausos foram
convencionais. Estava todo
mundo murcho. O que houve?
Um palpite: o roteiro insere
subtramas desnecessárias e, ao
mesmo tempo, deixa personagens pelo caminho. O conjunto
hesita, sem saber se pretende
encantar ou tratar da vida real.
É quando o público vira a cara.
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