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Crítica
Em "Estigma", Peck é movido pela vingança
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Gregory Peck formava uma
bela dupla com o diretor Henry
King, e os dois fizeram juntos
sucessos como "As Neves do
Kilimanjaro". Nada se compara, em permanência sobretudo,
aos faroestes feitos em comum,
em particular ao grande "Estigma da Crueldade" (Telecine Cult, 20h05).
King explora ali um aspecto
essencial da fotogenia de Peck,
que era a de parecer, ao mesmo
tempo, um homem extremamente obstinado e, na mesma
proporção, limitado intelectualmente.
Este é o homem do "Estigma": quando os criminosos que
acredita terem matado sua mulher escapam, ele lhes move
uma perseguição que exclui todo raciocínio. O ódio é seu critério; a vingança, sua razão de
ser.
Quem se move por esses parâmetros, no entanto, opera
uma violenta limitação do
mundo. O que não significa que
o mundo não continue complexo como antes e, nessa medida,
pronto a preparar armadilhas
cruéis para quem até então o
desconsiderou.
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