São Paulo, quinta-feira, 05 de março de 2009

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Em Londres, Fat Duck passa por investigação estilo "CSI"

PEDRO DIAS LEITE
DE LONDRES

O Fat Duck, um restaurante que já foi considerado "o melhor lugar do planeta para comer" e é o atual segundo colocado na lista dos 50 melhores do mundo, segundo a revista britânica "Restaurant", teve de ser fechado depois que mais de 40 pessoas passaram mal.
Os clientes, que gastaram ao menos 150 libras (cerca de R$ 510) por pessoa, tiveram fortes dores de barriga, enjoo, vômitos e diarreia. O restaurante decidiu fechar as portas temporariamente e lançou uma investigação no estilo "CSI" (a série de TV que usa tecnologia avançada para desvendar crimes) para tentar descobrir o que houve.
Os casos pipocaram ao longo de semanas, não num único dia, o que dificultou a investigação. Os primeiros e usuais suspeitos, os frutos do mar, liderados pelas ostras, passaram por uma bateria de análises e foram absolvidos. Alguns dos 40 chefs da casa, que tinham viajado para a Venezuela, também foram submetidos a dezenas de testes pela suspeita de que poderiam ter trazido algum vírus, mas nada foi encontrado. Até a possibilidade de sabotagem foi levantada, sem comprovação.
O caso de envenenamento alimentar, que provocou tanta repercussão no mundo gastronômico quanto o famoso envenenamento de um ex-espião russo em Londres causou no ambiente diplomático, permanece um mistério. "Eu me preocupe tanto com a higiene quanto me preocupo com cozinhar", defendeu-se o chef do restaurante, Heston Blumenthal. "O mais importante é ir até o fundo e ter certeza de que não vai acontecer de novo."
O Fat Duck fica a cerca de uma hora de Londres, e as reservas têm de ser feitas com meses de antecedência -o cardápio varia de 98 a 130 libras (sem bebida e sem serviço). Foi aberto em 1995 e quatro anos depois já tinha sua primeira estrela "Michelin". As cotejadas três estrelas vieram em 2004.
A expectativa era que o restaurante reabrisse as portas ontem à noite, depois de dez dias fechado. A culpa deve recair mesmo sobre um "vírus não-identificado". Os clientes que passaram mal foram convidados a voltar e devem receber uma (boa) surpresa.
"Isso se a gente conseguir convencê-los a voltar", admite Heston Blumenthal.


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