|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Em Londres, Fat Duck passa por investigação estilo "CSI"
PEDRO DIAS LEITE
DE LONDRES
O Fat Duck, um restaurante
que já foi considerado "o melhor lugar do planeta para comer" e é o atual segundo colocado na lista dos 50 melhores
do mundo, segundo a revista
britânica "Restaurant", teve de
ser fechado depois que mais de
40 pessoas passaram mal.
Os clientes, que gastaram ao
menos 150 libras (cerca de R$
510) por pessoa, tiveram fortes
dores de barriga, enjoo, vômitos e diarreia. O restaurante decidiu fechar as portas temporariamente e lançou uma investigação no estilo "CSI" (a série de
TV que usa tecnologia avançada para desvendar crimes) para
tentar descobrir o que houve.
Os casos pipocaram ao longo
de semanas, não num único dia,
o que dificultou a investigação.
Os primeiros e usuais suspeitos, os frutos do mar, liderados
pelas ostras, passaram por uma
bateria de análises e foram absolvidos. Alguns dos 40 chefs
da casa, que tinham viajado para a Venezuela, também foram
submetidos a dezenas de testes
pela suspeita de que poderiam
ter trazido algum vírus, mas nada foi encontrado. Até a possibilidade de sabotagem foi levantada, sem comprovação.
O caso de envenenamento
alimentar, que provocou tanta
repercussão no mundo gastronômico quanto o famoso envenenamento de um ex-espião
russo em Londres causou no
ambiente diplomático, permanece um mistério. "Eu me
preocupe tanto com a higiene
quanto me preocupo com cozinhar", defendeu-se o chef do
restaurante, Heston Blumenthal. "O mais importante é ir
até o fundo e ter certeza de que
não vai acontecer de novo."
O Fat Duck fica a cerca de
uma hora de Londres, e as reservas têm de ser feitas com
meses de antecedência -o cardápio varia de 98 a 130 libras
(sem bebida e sem serviço). Foi
aberto em 1995 e quatro anos
depois já tinha sua primeira estrela "Michelin". As cotejadas
três estrelas vieram em 2004.
A expectativa era que o restaurante reabrisse as portas
ontem à noite, depois de dez
dias fechado. A culpa deve recair mesmo sobre um "vírus
não-identificado". Os clientes
que passaram mal foram convidados a voltar e devem receber
uma (boa) surpresa.
"Isso se a gente conseguir
convencê-los a voltar", admite
Heston Blumenthal.
Texto Anterior: Comida: Crítica: Novo Le Buteque é a cozinha do chef Jacquin por um preço mais acessível Próximo Texto: Documentário: Programa mostra "Saia Justa" da TV árabe Índice
|