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Crítica
Cinema atual não dispensa a esperteza
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O cinema contemporâneo
não dispensa a esperteza. Ela
pode fazer sentido, como nos
filmes de David Lynch. Ou pode
servir para compor uma espécie de máscara de originalidade
por trás da qual existe... A rigor,
não existe nada, embora possa
nos fazer exclamar um "oh!" de
surpresa e nos fazer sentir inteligentes por participar daquele
momento.
"Babel" (TC Premium, às
19h25) faz parte dessa categoria. O diretor, Alejandro González Iñárritu, um dos xodós da
indústria de cinema mais recente, espalha suas quatro histórias por diferentes espaços,
estabelece ligeiros desníveis de
tempo, para só depois explicitar os nexos entre as várias narrativas.
Passada a surpresa, passa o
efeito da publicidade.
Toda a ginástica narrativa
não vale um, digamos, "Assim
Caminha a Humanidade"
(TCM, às 23h55), o último
James Dean, que George Stevens dirigiu, em 1956, no tempo em que o petróleo era coisa
que se achava quase na superfície do mundo.
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