São Paulo, quarta-feira, 05 de julho de 2006

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ARTES PLÁSTICAS

Críticos aprovam lista da 27ª Bienal e contestam conselho

GABRIELA LONGMAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Ouvidos pela Folha, alguns dos principais curadores e críticos de arte do país são unânimes: Lisette Lagnado tomou decisão acertada ao acabar com as representações nacionais para a 27ª edição da Bienal de SP.
"O fim das representações nacionais me parece uma medida bastante saudável, se a Bienal tiver condições [pelo aumento do custo] para tanto. Vai no sentido do que tem sido feito internacionalmente e garante maior coerência à mostra", disse o crítico e professor da USP Agnaldo Farias. Para o curador do MAM-SP Cauê Alves, "num momento em que os artistas circulam tanto e o conceito de nação vive tamanha crise, não faz o menor sentido manter os trabalhos separados".
O fim das representações nacionais agradou também a Paulo Sergio Duarte, curador, crítico de arte e professor da Universidade Candido Mendes (RJ), que já havia adotado o mesmo procedimento na curadoria da 5ª Bienal do Mercosul, no ano passado. "Em Porto Alegre organizamos a exposição em grandes vetores que se interpenetram."
Uma segunda "unanimidade" foi criada em torno da discordância com a reeleição de Edemar Cid Ferreira para o conselho da instituição. Os três críticos entrevistados mencionaram o ocorrido, apoiando a manifestação de Cildo Meireles e sua ameaça em retirar seu nome da 27ª Bienal. "Para mim, parece evidente que Cildo está com a razão", destacou Farias. Já para Cauê Alves, a "ação do artista é totalmente coerente com seu trabalho".

Lista
Tanto a seleção de artistas internacionais quanto a escolha de nomes brasileiros foi elogiada pelos críticos. Se Alves cita a vinda do norte-americano Dam Graham como um dos grandes destaques da mostra, Paulo Sergio Duarte elogia a "redescoberta" do acreano Helio Melo (1926-2001).
"Fiquei particularmente contente com a presença de Melo, de quem organizei uma exposição na Funarte em 1981. É bom vê-lo reaparecer de forma dinâmica na arte contemporânea 25 anos depois", disse o crítico.
Mudanças, todos fariam, mas elogiaram cada um a seu modo o amplo trabalho de pesquisa feito por Lisette Lagnado. "É impossível uma Bbienal cobrir todas as aspirações. A função de uma Bienal não é ser exaustiva, mas abarcar um projeto cultural determinado pela curadora. Nesse sentido, a lista é extremamente coerente", completa Duarte.


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