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ARTES PLÁSTICAS
Críticos aprovam lista da 27ª Bienal e contestam conselho
GABRIELA LONGMAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Ouvidos pela Folha, alguns dos principais curadores e críticos de arte do país
são unânimes: Lisette Lagnado tomou decisão acertada ao acabar com as representações nacionais para a
27ª edição da Bienal de SP.
"O fim das representações
nacionais me parece uma
medida bastante saudável, se
a Bienal tiver condições [pelo aumento do custo] para
tanto. Vai no sentido do que
tem sido feito internacionalmente e garante maior coerência à mostra", disse o crítico e professor da USP Agnaldo Farias. Para o curador
do MAM-SP Cauê Alves,
"num momento em que os
artistas circulam tanto e o
conceito de nação vive tamanha crise, não faz o menor
sentido manter os trabalhos
separados".
O fim das representações
nacionais agradou também a
Paulo Sergio Duarte, curador, crítico de arte e professor da Universidade Candido
Mendes (RJ), que já havia
adotado o mesmo procedimento na curadoria da 5ª
Bienal do Mercosul, no ano
passado. "Em Porto Alegre
organizamos a exposição em
grandes vetores que se interpenetram."
Uma segunda "unanimidade" foi criada em torno da
discordância com a reeleição
de Edemar Cid Ferreira para
o conselho da instituição. Os
três críticos entrevistados
mencionaram o ocorrido,
apoiando a manifestação de
Cildo Meireles e sua ameaça
em retirar seu nome da 27ª
Bienal. "Para mim, parece
evidente que Cildo está com
a razão", destacou Farias. Já
para Cauê Alves, a "ação do
artista é totalmente coerente com seu trabalho".
Lista
Tanto a seleção de artistas
internacionais quanto a escolha de nomes brasileiros
foi elogiada pelos críticos. Se
Alves cita a vinda do norte-americano Dam Graham como um dos grandes destaques da mostra, Paulo Sergio
Duarte elogia a "redescoberta" do acreano Helio Melo
(1926-2001).
"Fiquei particularmente
contente com a presença de
Melo, de quem organizei
uma exposição na Funarte
em 1981. É bom vê-lo reaparecer de forma dinâmica na
arte contemporânea 25 anos
depois", disse o crítico.
Mudanças, todos fariam,
mas elogiaram cada um a seu
modo o amplo trabalho de
pesquisa feito por Lisette
Lagnado. "É impossível uma
Bbienal cobrir todas as aspirações. A função de uma Bienal não é ser exaustiva, mas
abarcar um projeto cultural
determinado pela curadora.
Nesse sentido, a lista é extremamente coerente", completa Duarte.
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