|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Ratatouille" cativa fãs de gastronomia
Animação da Pixar conta a história de um rato com gosto apurado que quer virar chef de um restaurante estrelado em Paris
Nova produção da Disney levou seis anos para ficar pronta; longa apresenta um menu de referências para apreciadores da boa comida
JANAINA FIDALGO
ENVIADA ESPECIAL A PARIS
Não pode haver ambiente
mais hostil para um rato que a
cozinha de um restaurante.
Ainda mais se o restaurante em
questão já tiver sido um dos
mais bem cotados de Paris. Mas
Remy, o protagonista de "Ratatouille", a nova animação da
Disney/Pixar, não é um rato
qualquer. É um roedor com alma de gourmet, de olfato apurado e paladar aguçado, que está cansado de roubar restos de
comida dos humanos e que sabe diferenciar um "tomme de
chèvre" de um queijo qualquer.
Dirigida por Brad Bird ("Os
Incríveis"), "Ratatouille" (pronuncia-se "ratatui", referindo-se ao guisado de legumes como
berinjela, abobrinha, tomate e
cebola) chega amanhã ao Brasil, depois de ficar em primeiro
nas bilheterias dos EUA em seu
final de semana de estréia. A arrecadação de US$ 47,2 milhões,
inferior a desenhos anteriores,
foi considerada um bom resultado pelo estúdio, que tinha dúvidas sobre a reação da platéia
americana a um desenho estrelado por um rato chef francês.
A nova produção da Disney/
Pixar, que levou seis anos para
ficar pronta e passou por uma
troca de diretores (quem deu
início ao projeto foi o autor da
história, Jan Pinkava), acompanha a epopéia de Remy, um
rato que tem um sonho aparentemente impossível: tornar-se
chef de cozinha de um restaurante estrelado de Paris, o Gusteau's. Para isso, fará um pacto
com um humano que não sabe
nem segurar uma faca, o atrapalhado ajudante Linguini.
"Eu acho os ratos incrivelmente fofos, mas sei que algumas pessoas os acham bem asquerosos. Gosto do fato de esse
desenho ser a mais extrema
história de um "peixe fora d'água". Os filmes da Pixar são engraçados e bonitos mas também têm essa emoção", diz
John Lasseter, produtor-executivo da animação, cuja première mundial aconteceu no
último sábado, em Paris.
Enquanto os projetos anteriores da Pixar eram mais centrados em temas do universo
infantil, como brinquedos, insetos e monstros, "Ratatouille"
mergulha no mundo da alta cozinha francesa e delicia os fãs
de gastronomia apresentando
um menu de referências.
"Nós não pensamos assim
[que o filme enfoca mais o público adulto]. Acreditamos em
coisas interessantes, em filmes
que gostaríamos de fazer. Podemos fazer animações que
funcionem com adultos, adolescentes, crianças. Não queremos virar as costas para ninguém, falando com públicos específicos. Fazemos filmes que
gostamos", diz Lasseter.
"Eu acredito que as crianças
são muito inteligentes. Uma
história complicada tem, por
exemplo, 42 pontos para conectar. Se as crianças conectam
18, elas divertem-se e compreendem a história em níveis
diferentes. Não há problema
em não conectar os 42 pontos
agora", explica o produtor Brad
Lewis.
Um dos pontos que podem
não ser conectados de cara é a
referência a dois grandes vinhos que existem na "vida
real": um Château Latour 1961
e um Cheval Blanc 1947.
"Eu amo vinho. Eu e minha
mulher temos uma vinícola em
Sonoma Valley [EUA]. Quando
começaram a pesquisar os vinhos, virei para o Brad Bird e o
Brad Lewis e disse: "Se forem
mencionar um vinho, certifiquem-se para ter certeza de
que é o melhor". Pesquisaram e,
claro, escolheram estes dois",
conta Lasseter. "Eu não bebi
esses vinhos... Não ainda."
A jornalista JANAINA FIDALGO viajou a convite
da Walt Disney Studios
Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: Equipe do filme participou de aulas e comeu em restaurantes badalados Índice
|