São Paulo, quinta-feira, 05 de julho de 2007

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"Ratatouille" cativa fãs de gastronomia

Animação da Pixar conta a história de um rato com gosto apurado que quer virar chef de um restaurante estrelado em Paris

Nova produção da Disney levou seis anos para ficar pronta; longa apresenta um menu de referências para apreciadores da boa comida


JANAINA FIDALGO
ENVIADA ESPECIAL A PARIS

Não pode haver ambiente mais hostil para um rato que a cozinha de um restaurante. Ainda mais se o restaurante em questão já tiver sido um dos mais bem cotados de Paris. Mas Remy, o protagonista de "Ratatouille", a nova animação da Disney/Pixar, não é um rato qualquer. É um roedor com alma de gourmet, de olfato apurado e paladar aguçado, que está cansado de roubar restos de comida dos humanos e que sabe diferenciar um "tomme de chèvre" de um queijo qualquer.
Dirigida por Brad Bird ("Os Incríveis"), "Ratatouille" (pronuncia-se "ratatui", referindo-se ao guisado de legumes como berinjela, abobrinha, tomate e cebola) chega amanhã ao Brasil, depois de ficar em primeiro nas bilheterias dos EUA em seu final de semana de estréia. A arrecadação de US$ 47,2 milhões, inferior a desenhos anteriores, foi considerada um bom resultado pelo estúdio, que tinha dúvidas sobre a reação da platéia americana a um desenho estrelado por um rato chef francês.
A nova produção da Disney/ Pixar, que levou seis anos para ficar pronta e passou por uma troca de diretores (quem deu início ao projeto foi o autor da história, Jan Pinkava), acompanha a epopéia de Remy, um rato que tem um sonho aparentemente impossível: tornar-se chef de cozinha de um restaurante estrelado de Paris, o Gusteau's. Para isso, fará um pacto com um humano que não sabe nem segurar uma faca, o atrapalhado ajudante Linguini.
"Eu acho os ratos incrivelmente fofos, mas sei que algumas pessoas os acham bem asquerosos. Gosto do fato de esse desenho ser a mais extrema história de um "peixe fora d'água". Os filmes da Pixar são engraçados e bonitos mas também têm essa emoção", diz John Lasseter, produtor-executivo da animação, cuja première mundial aconteceu no último sábado, em Paris.
Enquanto os projetos anteriores da Pixar eram mais centrados em temas do universo infantil, como brinquedos, insetos e monstros, "Ratatouille" mergulha no mundo da alta cozinha francesa e delicia os fãs de gastronomia apresentando um menu de referências. "Nós não pensamos assim [que o filme enfoca mais o público adulto]. Acreditamos em coisas interessantes, em filmes que gostaríamos de fazer. Podemos fazer animações que funcionem com adultos, adolescentes, crianças. Não queremos virar as costas para ninguém, falando com públicos específicos. Fazemos filmes que gostamos", diz Lasseter.
"Eu acredito que as crianças são muito inteligentes. Uma história complicada tem, por exemplo, 42 pontos para conectar. Se as crianças conectam 18, elas divertem-se e compreendem a história em níveis diferentes. Não há problema em não conectar os 42 pontos agora", explica o produtor Brad Lewis.
Um dos pontos que podem não ser conectados de cara é a referência a dois grandes vinhos que existem na "vida real": um Château Latour 1961 e um Cheval Blanc 1947.
"Eu amo vinho. Eu e minha mulher temos uma vinícola em Sonoma Valley [EUA]. Quando começaram a pesquisar os vinhos, virei para o Brad Bird e o Brad Lewis e disse: "Se forem mencionar um vinho, certifiquem-se para ter certeza de que é o melhor". Pesquisaram e, claro, escolheram estes dois", conta Lasseter. "Eu não bebi esses vinhos... Não ainda."


A jornalista JANAINA FIDALGO viajou a convite da Walt Disney Studios


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