São Paulo, sábado, 05 de julho de 2008 |
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TRECHO E, assim como no sexo, na política e na religião, também aconteceu na culinária; quando comecei a fazer importantes descobertas por conta própria, já era tarde demais para pedir explicações aos meus pais. Eles não me tinham ensinado, e eu os castigaria não perguntando mais nada. Foi lá pelos meus 25 anos, quando eu estava na faculdade de direito, que certos pratos inventados por mim foram considerados criminosos. O pior deles, do alto da minha escala de valores, era a costeleta de porco com ervilhas e batatas. E eram ervilhas congeladas, naturalmente, e batatas em lata, descascadas, que vinham numa salmoura adocicada que eu gostava de beber; aquela minha costeleta de porco era diferente de qualquer outra coisa que encontrei, mais tarde, com esse nome. Extraído de "O Pedante na Cozinha", de Julian Barnes Texto Anterior: Crítica/"O Pedante na Cozinha": Barnes celebra amadorismo culinário Próximo Texto: Autor evoca memória familiar Índice |
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