São Paulo, terça-feira, 05 de julho de 2011 |
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CRÍTICA DRAMA Apesar das facetas interessantes, filme israelense não decola "A Missão do Gerente de Recursos Humanos" mistura viagem de autoconhecimento a uma farsa quixotesca ANDRÉ BARCINSKI CRÍTICO DA FOLHA Não se pode acusar "A Missão do Gerente de Recursos Humanos", filme do israelense Eran Riklis, de falta de ousadia. O longa começa como um drama sobre a reificação causada pela burocracia, vira uma viagem de autoconhecimento de um homem e termina como um "road movie" farsesco. Pena que, em nenhuma de suas facetas, o filme realmente decole. A história começa quando o gerente de recursos humanos de uma padaria de Jerusalém é avisado de que um jornal prepara uma reportagem contra a empresa. Ela é acusada de negligência no caso de uma funcionária cujo corpo passou dias no necrotério à espera de identificação, depois de ter sido morta em um ataque suicida num ônibus. Temendo repercussão negativa, a dona da empresa manda o gerente levar o corpo da funcionária de volta a seu país, no Leste Europeu. Tudo o que ele quer é entregar logo o corpo para um parente e se mandar dali. Mas sua missão é dificultada pela corrupção, burocracias e falta de infraestrutura. Ele acaba viajando de Kombi pelo país, levando na bagagem o caixão e alguns passageiros inesperados, como o filho adolescente da falecida, um rapaz problemático e um inconveniente repórter israelense. O filme vira então uma farsa quixotesca ao melhor estilo "O Incrível Exército de Brancaleone" (1966). "A Missão do Gerente de Recursos Humanos" tem alguns toques criativos. O roteiro não dá nome a nenhum personagem, com exceção da funcionária falecida. É como se o diretor Eran Riklis dissesse que, numa sociedade desumana e infeliz como a nossa, as pessoas só passam a perceber as outras depois que estas morrem. É uma pena o filme sempre mudar de rumo cada vez que começa a ficar interessante. Típico caso em que simplificar as coisas poderia fortalecer a história. A MISSÃO DO GERENTE DE RECURSOS HUMANOS DIREÇÃO Eran Riklis PRODUÇÃO Israel/Alemanha/ França, 2010 COM Mark Ivanir, Reymond Amsalem e Gila Almagor ONDE nos cines Espaço Unibanco Augusta e Reserva Cultural CLASSIFICAÇÃO 14 anos AVALIAÇÃO regular Texto Anterior: Outro lado: Empresa agia com autonomia, afirma cantora Próximo Texto: João Pereira Coutinho: Chora, coração Índice | Comunicar Erros |
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