São Paulo, sábado, 5 de julho de 1997.



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Argentino veio ao Brasil aos 16

ERIKA PALOMINO
Colunista da Folha

Pena que todo o corrente "boom" da dança em São Paulo só tenha conseguido colocar Julio Bocca para dançar no Olympia. Merecíamos vê-lo de outro jeito. Mas já é alguma coisa, claro.
Apesar de, como disse na entrevista à Folha, não acreditar nos atuais mitos do balé, Bocca certamente é um deles.
O bailarino encarna aquela nossa imagem romântica de um artista diferenciado e excepcionalmente talentoso, saído da América Latina para brilhar, ainda jovem, nos palcos do mundo.
No exigente American Ballet Theater teve seu talento reconhecido pelo então diretor, Mikhail Baryshnikov, fazendo sua carreira deslanchar, ao mesmo tempo que passou a se apresentar como convidado em diversas companhias internacionais.
De porte pequeno, como outros grandes que fizeram história (o próprio Baryshnikov, Nureyev), com figura marcante e decidida no palco, Bocca pode ser ao mesmo tempo um apaixonado partner e um personalíssimo solista.
Quinze anos atrás, Bocca dançava no Rio de Janeiro seu primeiro papel como protagonista, o Albrecht, de "Giselle".
Então com 16 anos, um tímido -mas seguro- bailarino fazia aulas normalmente com o corpo de balé do Teatro Municipal, ensaiando suas variações.
O experiente maître-de-ballet do teatro na época, Emilio Martins, chamava as jovens aspirantes a bailarinas para assistir seus ensaios e sua barra. Empolgado, fez a profecia: "Este menino vai longe, este menino vai longe!" O mundo da dança tem dessas coisas.



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