São Paulo, Segunda-feira, 05 de Julho de 1999
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Cineasta adiou projeto futurista

da Redação

Frederic Raphael acreditava inicialmente que Kubrick o convidaria para trabalhar no roteiro de "A.I.", iniciais em inglês para inteligência artificial, o projeto de ficção científica que traria de volta ao gênero o diretor de "2001, Uma Odisséia no Espaço" (69).
O roteirista chegou a dizer-lhe que não lhe interessava "gente que estará viva três séculos depois que morri". Kubrick retrucou que não sabia sobre gente, mas que "situações" futuristas o interessavam.
"A.I." chegou a ser anunciado pela Warner, em novembro de 93, como o "novo filme de Kubrick". Em 95 foi adiado indefinidamente.
Uma das causas seriam as possíveis semelhanças com o megafracasso "Waterworld - O Segredo das Águas", estrelado por Kevin Costner. Parece mais provável que Kubrick não tenha chegado a um roteiro que julgasse adequado e que os desafios tecnológicos exigidos ainda lhe parecessem difíceis de resolver satisfatoriamente.
Há pouco, na "Entertainment Weekly", o repórter Ron Magid revelou um pouco mais dos bastidores do projeto. Os especialistas em efeitos especiais da Industrial Light and Magic Dennis Muren e Ned Gorman foram consultores de Kubrick, fazendo uma longa visita em 93 a sua fortaleza inglesa.
Kubrick sabatinou-os durante sete horas. Dois desafios o perturbavam: fazer uma convincente Nova York submersa e um "garoto robô", um Pinóquio "high tech".
A trama partiria de um conto do final dos anos 60, "Super-Toys Last All Summer Long" (Superbrinquedos Duram Por Todo o Verão), de Brian Aldiss.
Muren respondeu a questões técnicas de Kubrick até semanas antes da morte do diretor, em março passado. A Raphael, Kubrick apenas dizia não estar se dedicando a "A.I." "no momento". Agora, resta-nos, no máximo, outro clássico do cinema de papel.
(AL)


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