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Cineasta adiou projeto futurista
da Redação
Frederic Raphael acreditava inicialmente que Kubrick o convidaria para trabalhar no roteiro de
"A.I.", iniciais em inglês para inteligência artificial, o projeto de ficção científica que traria de volta ao
gênero o diretor de "2001, Uma
Odisséia no Espaço" (69).
O roteirista chegou a dizer-lhe
que não lhe interessava "gente que
estará viva três séculos depois que
morri". Kubrick retrucou que não
sabia sobre gente, mas que "situações" futuristas o interessavam.
"A.I." chegou a ser anunciado
pela Warner, em novembro de 93,
como o "novo filme de Kubrick".
Em 95 foi adiado indefinidamente.
Uma das causas seriam as possíveis semelhanças com o megafracasso "Waterworld - O Segredo
das Águas", estrelado por Kevin
Costner. Parece mais provável que
Kubrick não tenha chegado a um
roteiro que julgasse adequado e
que os desafios tecnológicos exigidos ainda lhe parecessem difíceis
de resolver satisfatoriamente.
Há pouco, na "Entertainment
Weekly", o repórter Ron Magid revelou um pouco mais dos bastidores do projeto. Os especialistas em
efeitos especiais da Industrial
Light and Magic Dennis Muren e
Ned Gorman foram consultores de
Kubrick, fazendo uma longa visita
em 93 a sua fortaleza inglesa.
Kubrick sabatinou-os durante
sete horas. Dois desafios o perturbavam: fazer uma convincente Nova York submersa e um "garoto robô", um Pinóquio "high tech".
A trama partiria de um conto do
final dos anos 60, "Super-Toys Last
All Summer Long" (Superbrinquedos Duram Por Todo o Verão),
de Brian Aldiss.
Muren respondeu a questões técnicas de Kubrick até semanas antes da morte do diretor, em março
passado. A Raphael, Kubrick apenas dizia não estar se dedicando a
"A.I." "no momento". Agora, resta-nos, no máximo, outro clássico
do cinema de papel.
(AL)
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