CYNARA MENEZES
da Reportagem Local

Está selada a paz no mundo das letras: a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) finalmente chegaram a um acordo pondo fim à disputa que levava Rio e São Paulo a ter salões ao mesmo tempo, como aconteceu este ano.
Com o acordo, que será fechado oficialmente na próxima semana entre as diretorias das duas entidades, o salão paulista voltará a ser a Bienal do Livro de São Paulo, realizado nos anos pares -a próxima é em 2000-, e a Bienal do Rio, nos anos ímpares.
Snel e CBL, organizadores das bienais de livros carioca e paulista, respectivamente, também irão anunciar um acordo de cooperação para a realização das feiras e de pesquisas mais amplas sobre o mercado do livro e hábitos de leitura dos brasileiros.
Atualmente, só existe uma pesquisa, feita pela CBL, em âmbito restrito, somente sobre a produção editorial. As novas pesquisas, que devem ser concluídas no segundo semestre, incluem produção, canais de distribuição e perfis com leitores e não-leitores.
"Queremos saber não só por que as pessoas lêem como por que não lêem", disse Paulo Rocco, atual vice-presidente e presidente eleito do Snel, que toma posse no dia 13 de julho em substituição a Sérgio Machado, da Record.
Rocco foi um dos articuladores da aproximação entre CBL e o sindicato. As negociações começaram depois da Bienal do Rio, realizada em abril ao mesmo tempo em que acontecia o Salão de São Paulo, quando se viu que a coincidência de datas enfraquecia os eventos.
Segundo Rocco, não houve perdedor com o fim da disputa. "Existiram posições conflitantes no passado, mas ninguém é vencedor. Apenas procuramos pontos para trabalhar em comum e unir esforços daqui para a frente." "O importante é acabar com isso de dividir a classe", disse Raul Wassermann, presidente da CBL. "Juntos, podemos fazer um esforço menor na realização das bienais."


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