São Paulo, sábado, 05 de agosto de 2006

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Outro lado

Contas expressam a verdadeira situação financeira do museu, afirma Julio Neves

DA REPORTAGEM LOCAL

A Folha encaminhou cinco perguntas ao presidente do Masp, Júlio Neves, sobre o parecer dos auditores independentes da PricewaterhouseCoopers. Seguem as respostas encaminhadas pelo escritório de arquitetura de Neves. (FCY)

 

FOLHA - Por que o Masp apresenta a avaliação do acervo com o valor simbólico de R$ 1, sem laudo de avaliação de acervo?
JULIO NEVES -
Os dados apresentados no balanço referem-se ao valor da avaliação do acervo efetuada em 1981. Por medida de segurança e como forma de preservar a integridade da coleção e ainda, seguindo critérios adotados internacionalmente, a direção do Masp decidiu, a partir de então, não divulgar os valores de mercado de suas obras.

FOLHA - O parecer afirma que "os bens integrantes do ativo imobilizado estão demonstrados por seu valor de custo", ao contrário do requerido pelas práticas contábeis o que, junto da avaliação simbólica do acervo, impede a mensuração do superávit dos exercícios de 2005 e 2004. Por que tal prática é adotada pelo Masp?
NEVES -
Os bens do ativo imobilizado foram registrados ao seu custo de aquisição, de acordo com os princípios fundamentais e aceitos de contabilidade. O acervo como já mencionado no item acima, foi registrado por valor simbólico.

FOLHA - O parecer afirma também, no parágrafo 6, que o superávit de 2005 está demonstrado "a maior", ou seja, inchado, em R$ 522 mil, pois contabiliza como receita as verbas oriundas do projeto de revitalização na galeria Prestes Maia quando deveriam estar na rubrica patrimônio social. Por quê?
NEVES -
As verbas obtidas para o projeto de revitalização da Galeria Prestes Maia foram registradas para custeio em conta de receita, conforme esclarecido em nota explicativa, não tendo causado, portanto, nenhum reflexo negativo nas contas apresentadas.

FOLHA - O parecer ainda afirma que o superávit de 2005 também está demonstrado "a maior", num total de R$ 362, pois receitas de 2006 estão contabilizadas em 2005. Por quê?
NEVES -
O Masp tem reconhecido, por ocasião do fechamento de seu balanço, todas as receitas comprovadas a partir de documentação hábil e com certeza de êxito. Tais receitas já foram recebidas e baixadas no inicio do ano de 2006.

FOLHA - Tais práticas, apontadas no parecer, levam a crer que o Masp tenta minimizar sua crise, pois apresenta um superávit quando deveria mostrar um grande déficit. Por que o Masp não assume tal crise?
NEVES -
As práticas contábeis adotadas pela direção do Masp expressam, sem qualquer omissão, a real situação financeira do museu. Ressaltamos, por oportuno, que os dirigentes e conselheiros do Masp estão empenhados na busca de medidas de natureza associativa, administrativa e financeira que, de forma permanente, assegurem o aporte de recursos destinados à manutenção e desenvolvimento das atividades do museu.


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