COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Depois de passagens pelo Festival do Rio e pelo É Tudo Verdade, o documentário "Diário de Naná" faz sua estréia hoje na TV, no Canal Brasil.
Dirigido por Paschoal Samora, o filme começa explicando que este é o registro de uma viagem em 2006 do percussionista pernambucano Naná Vasconcelos, radicado há anos na Europa, pelo Recôncavo Baiano em busca "da música sagrada". A partir dali, acompanharemos Naná em táxis e em suas conversas com os motoristas, até os personagens musicais da região que ele visita, com quem interage com seus instrumentos.
Naná mais ouve ou toca do que fala -e não é fácil entender o que ele diz, em tom baixo.
Não teremos maiores explicações sobre o que seria exatamente essa música sagrada, quem são aquelas pessoas que ele visita e qual sua importância para a cultura local, apesar da clara miscigenação que envolve todas elas.
No lugar das explicações e do didatismo, o documentário explora a fotografia da região, silêncios e os momentos que Naná toca sozinho instrumentos, como seu berimbau de 36 anos.
A certa altura ele pára, leva as mãos à cabeça e fecha os olhos para rezar ou meditar. Parece estar aí a busca pelo sagrado de Naná. (BB)