São Paulo, quarta-feira, 05 de agosto de 2009

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"Ímã" aponta novos caminhos para Grupo Corpo

Coreografia da companhia mineira de dança estreia hoje em São Paulo, com trilha assinada pelo trio carioca +2

Mais leve, peça caminha no sentido contrário ao do aspecto agressivo e soturno de "Breu", último trabalho dos bailarinos, de 2007

ADRIANA PAVLOVA
DA ENVIADA ESPECIAL A BELO HORIZONTE

Nas últimas três décadas, o Grupo Corpo deu um giro por uma parte significativa da música popular brasileira. Milton Nascimento, Caetano Veloso, Tom Zé, Arnaldo Antunes, João Bosco, José Miguel Wisnik e Lenine assinaram trilhas sonoras criadas especialmente para embalar os passos da companhia mineira de dança.
No ano passado, às voltas com a escolha do autor da música do próximo espetáculo, os irmãos Rodrigo e Paulo Pederneiras, respectivamente coreógrafo e diretor artístico do Corpo, decidiram que era hora de ousar, injetando novos sons nos movimentos dos bailarinos. Foi assim que eles chegaram ao +2, o trio formado por Domenico Lancelotti, Kassin e Moreno Veloso, responsável pela música de "Ímã", a nova coreografia da companhia, que estreia hoje, no teatro Alfa.
"Eles fazem uma música de agora, de hoje, que aponta novos caminhos", diz Paulo sobre o +2. "Temos que aprender com esses caras mais jovens, porque não há nada mais deprimente do que gente com nostalgia.
Procuramos músicos que possam nos influenciar, que mudem o rumo da nossa história." "Ímã" aponta novos caminhos na dança do Corpo. O aspecto soturno de "Breu" (2007), dá lugar a uma peça mais leve, composta por duos e movimentos longe do chão, outra diferença em relação ao trabalho anterior, no qual os bailarinos quase não saíam do solo.
A iluminação brinca com cores do arco-íris, num ambiente claro, que combina com a trilha repleta de matizes sonoros. A música tem momentos intensos, percussivos, misturados com outros que flertam com o lirismo da bossa nova.
"Queria uma coreografia que fosse no sentido contrário ao da agressividade de "Breu", um trabalho mais para cima, em que todos os bailarinos pudessem brilhar", afirma Rodrigo.
Há cenas de atração, com bailarinos presos em duos sem se largarem, em contraste com momentos de repulsão. "A proposta é explorar a ideia de polaridades, com delicadeza versus brutalidade, leveza versus rigidez. E a música do +2 ajuda nisso, porque eles passam de uma bossa nova explícita ao rock ou ao samba", diz Rodrigo.
"Ímã" inaugura outra novidade nos 34 anos do Corpo. Durante a concepção, Paulo Pederneiras, responsável pela iluminação diferenciada dos espetáculos, descobriu que um fabricante americano criou refletores com LEDs de sete cores, capazes de produzir todo o tipo de variações coloridas.
"Não há cenário, a luz vai vestir o palco, colorindo-o o tempo todo, por isso eu precisava de um equipamento capaz de oferecer mudanças gradativas de todas as cores", conta.
O programa se completa com "Bach", coreografia de 1996, a partir de obras de Johann Sebastian Bach.


GRUPO CORPO Quando: qua., qui e sáb, às 21h; sex., às 21h30; dom, às 18h. Até 16/8.
Onde: Teatro Alfa (r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel. 0/xx/11/5693-4000)
Quanto: de R$ 40 a R$ 90
Classificação: 12 anos




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