|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Ímã" aponta novos caminhos para Grupo Corpo
Coreografia da companhia mineira de dança estreia hoje em São Paulo, com trilha assinada pelo trio carioca +2
Mais leve, peça caminha no
sentido contrário ao do aspecto agressivo e soturno de "Breu", último trabalho dos bailarinos, de 2007
ADRIANA PAVLOVA
DA ENVIADA ESPECIAL A BELO
HORIZONTE
Nas últimas três décadas, o
Grupo Corpo deu um giro por
uma parte significativa da música popular brasileira. Milton
Nascimento, Caetano Veloso,
Tom Zé, Arnaldo Antunes,
João Bosco, José Miguel Wisnik e Lenine assinaram trilhas
sonoras criadas especialmente
para embalar os passos da companhia mineira de dança.
No ano passado, às voltas
com a escolha do autor da música do próximo espetáculo, os
irmãos Rodrigo e Paulo Pederneiras, respectivamente coreógrafo e diretor artístico do Corpo, decidiram que era hora de
ousar, injetando novos sons
nos movimentos dos bailarinos. Foi assim que eles chegaram ao +2, o trio formado por
Domenico Lancelotti, Kassin e
Moreno Veloso, responsável
pela música de "Ímã", a nova
coreografia da companhia, que
estreia hoje, no teatro Alfa.
"Eles fazem uma música de
agora, de hoje, que aponta novos caminhos", diz Paulo sobre
o +2. "Temos que aprender com
esses caras mais jovens, porque
não há nada mais deprimente
do que gente com nostalgia.
Procuramos músicos que possam nos influenciar, que mudem o rumo da nossa história."
"Ímã" aponta novos caminhos na dança do Corpo. O aspecto soturno de "Breu"
(2007), dá lugar a uma peça
mais leve, composta por duos e
movimentos longe do chão, outra diferença em relação ao trabalho anterior, no qual os bailarinos quase não saíam do solo.
A iluminação brinca com cores do arco-íris, num ambiente
claro, que combina com a trilha
repleta de matizes sonoros. A
música tem momentos intensos, percussivos, misturados
com outros que flertam com o
lirismo da bossa nova.
"Queria uma coreografia que
fosse no sentido contrário ao da
agressividade de "Breu", um trabalho mais para cima, em que
todos os bailarinos pudessem
brilhar", afirma Rodrigo.
Há cenas de atração, com bailarinos presos em duos sem se
largarem, em contraste com
momentos de repulsão. "A proposta é explorar a ideia de polaridades, com delicadeza versus
brutalidade, leveza versus rigidez. E a música do +2 ajuda nisso, porque eles passam de uma
bossa nova explícita ao rock ou
ao samba", diz Rodrigo.
"Ímã" inaugura outra novidade nos 34 anos do Corpo. Durante a concepção, Paulo Pederneiras, responsável pela iluminação diferenciada dos espetáculos, descobriu que um fabricante americano criou refletores com LEDs de sete cores,
capazes de produzir todo o tipo
de variações coloridas.
"Não há cenário, a luz vai vestir o palco, colorindo-o o tempo
todo, por isso eu precisava de
um equipamento capaz de oferecer mudanças gradativas de
todas as cores", conta.
O programa se completa com
"Bach", coreografia de 1996, a
partir de obras de Johann Sebastian Bach.
GRUPO CORPO
Quando: qua., qui e sáb, às 21h; sex., às
21h30; dom, às 18h. Até 16/8.
Onde: Teatro Alfa (r. Bento Branco de
Andrade Filho, 722, tel. 0/xx/11/5693-4000)
Quanto: de R$ 40 a R$ 90
Classificação: 12 anos
Texto Anterior: Resumo das novelas Próximo Texto: Frase Índice
|