São Paulo, sexta-feira, 05 de agosto de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

ÚLTIMA MODA

VIVIAN WHITEMAN - ultimamodafolha@grupofolha.com.br

SOB NOVA DIREÇÃO

GRIFES DISPENSAM ESTILISTAS RENOMADOS E APOSTAM NA FORMAÇÃO DE EQUIPES DE CRIAÇÃO 'ANÔNIMAS'

Grifes como Redley, Maria Bonita Extra e Rosa Chá dispensaram seus diretores de criação famosos e resolveram apostar em equipes de estilo sem nenhum nome estrelado.
Nesse modelo, que dispensa a assinatura de um único autor, as equipes dividem funções e a responsabilidade pelas coleções. "Estamos num momento do mercado em que não dá pra ficar refém de uma única pessoa, de um único olhar", diz Alexandre Aquino, sócio-diretor da grife Maria Bonita Extra.
A marca anunciou a saída da diretora de criação Ana Magalhães e contratou uma equipe de quatro designers. "Dois assinam as roupas, um, os sapatos, e o outro, os acessórios. Não haverá um dono da coleção", explica Aquino.
Há três meses, esse modelo foi adotado pela Redley, que dispensou o premiado estilista americano Sandy Dalal. Antes dele, era o alemão Jurgen Oeltjenbruns quem comandava o estilo da marca, que, segundo seu diretor, Léo Ferreira, se descaracterizou.
"Os estilistas não estavam entregando ao cliente o que ele procurava. Era inovação por inovação, um 'fashion' sem a funcionalidade característica dos nossos produtos", conta Ferreira.
A solução foi, além de delegar a responsabilidade pelas coleções a sete estilistas, voltar às origens do seu estilo. Agora, a marca investe num sportswear menos conceitual e atento às demandas do mercado. "A Redley não é um ateliê, precisa se expandir. Gringos, nunca mais", brinca o empresário.
O estilista Alexandre Herchcovitch, que saiu do comando criativo da Rosa Chá depois de a grife não renovar seu contrato, em junho, faz ressalvas quanto às opiniões dos empresários. "A criação nunca ficou na mão de uma pessoa, o trabalho é sempre em equipe. Os empresários devem conhecer bem quem contratam", diz.
Diretor criativo da malharia TDB e de suas marcas próprias, Alexandre diz que, na época de sua saída, foi "informado de que a Rosa Chá tomaria novo rumo". A grife, que está em crise, fechou várias lojas próprias e, atualmente, está sem um diretor criativo.
"Com a chegada de marcas internacionais no mercado, precisamos nos movimentar. Os ajustes passam pelo foco em linhas mais vendáveis à adoção de novos modelos de negócios ", diz Giuliano Donini, presidente do grupo Marisol, dono da Rosa Chá.
Para o estilista Marcelo Sommer, que já desenhou para grifes como TNG e Cavalera, os empresários podem estar fazendo um péssimo negócio. "Já fui demitido com o argumento de que eu custava mais do que manter uma equipe inteira. Porém, em grupos sem liderança, muitas vezes a unidade criativa se perde e a grife tem prejuízos com isso."

Vida privada A escritora Lisa Chaney lança em novembro a polêmica biografia "Coco Chanel: an Intimate Life". A autora diz ter provas da bissexualidade da estilista, do seu envolvimento com drogas e de seus romances com um soldado nazista e com o pintor Salvador Dalí.

Amarradona neste mês a marca scarf me inaugura duas novas lojas em sp, uma no shopping higienópolis e outra no shopping iguatemi. para comemorar, a grife lança dois lenços especiais feitos de seda premium (na foto, um dos modelos). cada peça custa R$ 298.


TRAÇO AFINADO
Acima, croquis do inverno 2012 da Maria Bonita Extra, assinados pela equipe de criação da marca; ao lado, croqui de um casaco dupla face, feito de nylon e tricô, da próxima coleção da Redley


Texto Anterior: Invader na Ilustrada
Próximo Texto: Tuitadas
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.