São Paulo, sexta-feira, 05 de agosto de 2011

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CRÍTICA COMÉDIA

"Mamute" provoca ternura e repulsa com personagem marcante

Gérard Depardieu faz aposentado desleixado que sai de moto pela França em busca dos antigos empregadores

ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

"Mamute" é uma boa surpresa. Dirigido pelos franceses Benoît Delépine e Gustave de Kervern, é um filme corajoso em sua estética e temática, uma comédia negra de tons surrealistas e que traz um personagem marcante.
Ele é Serge (Gérard Depardieu), um homem obeso, de cabelos compridos, aparência desleixada e desgosto pela higiene pessoal. "Você nunca completou a escola porque é um idiota, simples assim", diz um conhecido.
Nas primeiras cenas, Serge aparece em seu último dia de trabalho num matadouro de porcos. Aposentado, ele precisa visitar seus empregos anteriores para recolher documentos e, assim, receber a aposentadoria do governo.
Incentivado pela mulher, Serge pega sua velha motocicleta (uma Mammuth) e sai em um périplo pelo sudoeste da França, procurando seus velhos empregadores.
No caminho, encontra todo tipo de excêntricos, tem visões do fantasma de uma antiga namorada (Isabelle Adjani) morta num acidente e é confrontado com sua incapacidade de socialização.
Serge parece deslocado no tempo e no espaço. Uma figura quixotesca e melancólica, capaz de provocar, simultaneamente, ternura e repulsa.
O filme sofre de certa falta de pulso narrativo. Tem cenas fantásticas, engraçadas e bem escritas, mas ligadas entre si de maneira frouxa.
A opção pelo "road movie" parece uma maneira fácil de criar situações e sair delas em um pulo. É um recurso manjado e simplório, mas que não chega a comprometer totalmente o filme graças ao personagem de Depardieu.

MAMUTE
DIREÇÃO Benoît Delépine e Gustave de Kervern
PRODUÇÃO França, 2010
COM Gérard Depardieu, Yolande Moreau e Isabelle Adjani
ONDE Cine Sabesp e Espaço Unibanco Augusta
CLASSIFICAÇÃO 16 anos
AVALIAÇÃO bom




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