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"Atentado poético" marca 11 de Setembro
DA REPORTAGEM LOCAL
Nas últimas semanas, uma
mensagem eletrônica tem invadido algumas caixas de entrada de e-mails com uma proposta inédita: participar de um
atentado poético. A idéia é que,
no próximo dia 11 de setembro,
livros, de poesia ou não, sejam
largados em lugares públicos
ou oferecidos para pessoas desconhecidas, com dedicatória.
O evento quer marcar de maneira diferente os dois anos dos
atentados terroristas contra as
torres gêmeas do World Trade
Center de Nova York.
"O 11 de Setembro já não será
mais um aniversário fúnebre.
Juntos, transformaremos esta
data em um ato de criatividade
e generosidade", diz uma das
versões da mensagem, que pretende uma "mobilização geral"
nas cidades de Bruxelas, Paris,
Florença e San Francisco.
Por trás do evento, está a escritora brasileira Joyce Cavalccante, presidente da Rebra (Rede Brasileira de Escritoras), que
fez a primeira redação do convite em castelhano e enviou para pessoas conhecidas. Foi conversando com amigos que surgiu a idéia de tentar vencer o
que ela chama de "uniformidade da cobertura da mídia".
"Não tínhamos onde nos esconder para nos ver livres dos
discursos pré-fabricados dos
noticiários sobre os atentados
terroristas. Daí imaginamos
um apresentador de televisão
transgressor que, fugindo da
pauta, começasse a dizer, em
pleno horário nobre, uma poesia", diz a autora de "O Cão
Chupando Manga".
Embora a ideologia do "livro
livre" alimentada pelo bookcrossing esteja aí embutida, a
inspiração é outra. "O que queremos é sair do foco da manipulação midiática", diz Cavalccante, que tem um "projeto
pessoal de combater a violência
através da poesia".
"Ao ler alguma coisa você
cria eventos cerebrais que se
transformam em parte da sua
anatomia. Ler uma bela poesia
logo no começo do dia o tornará muito melhor."
(REA)
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