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São Paulo, domingo, 05 de outubro de 2003

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Titãs e Erasmo Carlos dividem palco e expectativas

SHIN OLIVA SUZUKI
DA REDAÇÃO

O que Erasmo Carlos e os Titãs têm em comum? Atualmente muita coisa: o cantor e o grupo estão de gravadora nova, preparam-se para lançar discos novos em breve e tocam no mesmo palco hoje, em show gratuito na praça Charles Müller, em São Paulo.
Pertencentes a gerações distintas dentro da música pop brasileira, ambos devem ao menos promover um dueto entre Paulo Miklos e Erasmo em "É Preciso Saber Viver", gravada somente pela banda paulista em "Volume Dois" (1998), mas surpresas de última hora podem ocorrer.
De certeza, os Titãs vão tocar cinco músicas de seu novo álbum, "Como Estão Vocês?", que tem previsão de lançamento para meados deste mês. Já Erasmo entra em estúdio amanhã com o produtor Marcelo Sussekind para gravar um registro só de inéditas que pode sair logo após o Carnaval do ano que vem.
O cantor diz que não irá tocar composições novas porque está tratando o próximo trabalho como segredo industrial. "Não é nem medo da internet, é que existem espiões por todos os lados, eu não posso sair por aí dando subsídios para o pessoal", afirma.
Erasmo apenas adianta que serão 12 canções próprias, com espaço para uma parceria com Djavan, em faixa que dará título ao registro. "Não posso nem dizer se a música vai puxar para o estilo do Djavan, depende de como será no estúdio. Sobre o resto do álbum posso dizer que tem rock, alguns flertes com a eletrônica, mas coisa básica, alguns loops e efeitos."
Se o Tremendão faz segredo sobre seu título, os Titãs explicam que a idéia de chamar "Como Estão Vocês?" tem o propósito de expressar algo genérico, estendida a mais de uma interpretação, explica o vocalista e tecladista Sérgio Britto: "Pode ser como está o país, pode ser o que nós [a banda] estamos passando. É um título simples, com um significado aberto e interessante".
A julgar por recentes apresentações da banda, o disco deve soar mais rock e cru, principalmente em canções como "Nós Estamos Bem" e "Gina Superstar". "Acho que, no geral, dá para dizer que há uma pegada mais rock, mas não é só isso. Temos uma marca da diversidade, o álbum tem outras bem melódicas. Mas é um trabalho bem de banda, nada hiperproduzido", diz Britto.
Egressos da extinta gravadora Abril Music (como Erasmo Carlos, agora na Indie Records) e hoje na BMG, os Titãs também enfrentaram turbulências com a saída de Nando Reis e a subsequente polêmica com a supressão da imagem do baixista na capa de "A Vida Até Parece uma Festa", biografia lançada no ano passado.
Segundo Britto, "são mal-entendidos que existem, toda separação é dolorosa e confusa, mas foi uma prerrogativa nossa, já que lançar um produto com ele na capa daria margem para dúvida".
Não tão anunciado e, a princípio, nem tão traumático foi o afastamento de Erasmo e Roberto Carlos, que estão com a parceria criativa desativada há quatro anos. "Ele tá noutra, tá de luto ainda. A gente se fala só nos aniversários de cada um e no Natal, é um telefonema que já serve para o Ano Novo também [risos]. Bom, não tem Roberto Carlos, eu vou compondo com outras pessoas, não paro. Mas basta só um telefonema. Estarei de braços abertos."


TITÃS E ERASMO CARLOS. Show. Quando: hoje, a partir das 18h. Onde: pça. Charles Müller, s/nš, Pacaembu, São Paulo. Quanto: entrada franca. Patrocinador: Petrobras.


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