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Documentário
Martin Scorsese comenta seus filmes
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo sendo mais uma peça
promocional para divulgar "O
Aviador" (2004), o documentário "Scorsese on Scorsese" sobressai-se entre as produções
do tipo ficha policial exibidas
aos montes na TV paga. Isso
porque é uma conversa com o
diretor, que comenta em tom
informal seus principais filmes.
Ao aparecer solitário em cena, Scorsese remete àquela que
parece ser a condição básica de
seus personagens. Ao comentar
"Taxi Driver" (1976), dá uma
pista para o entendimento de
sua produção: "O que é um homem? O que é um herói?".
Scorsese fala de homens que
não fazem parte de um grupo.
Ele próprio não faz parte de um
grupo como o do oba-oba do
Oscar; ou melhor, com seus filmes, o diretor ítalo-americano
é uma espécie de estraga prazeres da América -o que já explica em muito o fato de não ir
bem nas bilheterias.
Enquanto "Rocky, um Lutador" celebra o herói, seu "Touro Indomável" (1980) mostra
um ser deplorável. Se Hollywood se deslumbra pelas pirotecnias de Spielberg, Scorsese
faz "O Rei da Comédia" (1983)
na velha tradição americana. E,
se os EUA buscam vilões no
Oriente Médio, Scorsese aponta o próprio umbigo em "Gangues de Nova York" (2002). E o
faz quase colocando o espectador como seu anti-herói. É fácil
entender por que incomoda.
SCORSESE ON SCORSESE
Quando: hoje, às 20h
Onde: TNT
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