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Novela vai da China a subúrbio carioca
Miguel Falabella, o autor, fala sobre comédia que ironiza chineses, portugueses e até "Sex and the City"
CAIO JOBIM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Um golpe bilionário em um
cassino chinês obriga Liu (Jui
Huang), nativo oriental, a fugir
para Portugal. Ele acaba parando no Brasil, mais precisamente no Parque das Nações, típico
bairro do subúrbio carioca.
Esse é o mote inicial de "Negócio da China", nova novela
das 18h, que a Globo estréia
amanhã para tentar reverter a
crise de audiência que assola as
novelas da emissora -especialmente as exibidas nesse horário. Enquanto esteve no ar, "Ciranda de Pedra" manteve-se
abaixo dos 30 pontos no Ibope.
Saem de cena as produções
de época e entra o universo cômico -com pitadas de ação e
romance- de Miguel Falabella.
Originalmente, Falabella
apresentou "Negócio da China"
para a faixa das 19h. Por sugestão do diretor Roberto Talma, o
autor aceitou o desafio de dar
início à renovação temática
proposta pela emissora para a
faixa das 18h, mesmo tendo que
alterar a trama para adequá-la à
classificação indicativa (livre).
"Curiosamente, quando revi a novela para o horário das seis
e comecei a tirar alguns núcleos
marcadamente cômicos, achei
que a trama ganhou uma humanidade maior. O humor
sempre será a tônica do meu
trabalho, porque é por esse
prisma que olho a vida, mas
"Negócio da China" é basicamente uma aventura, com romances arrebatadores, dentro
dos moldes folhetinescos clássicos", afirma o autor.
Da China virão a máfia, conta
ele, já que "o perigo amarelo está no inconsciente de todos
nós, além de ser uma realidade
cada vez mais próxima", e também o kung fu, para as cenas de
ação, acrobacias e efeitos.
O núcleo português, que gira
em torno da Panificadora Nossa Senhora Desatadora dos
Nós, é o centro cômico da trama, que se desdobra ainda no
restaurante mexicano El Chaparrito e no trio de suburbanas
à procura de companhias masculinas -citação paródica à série "Sex and the City".
Para compor o par romântico
com Fabio Assunção, a escolhida foi Grazi Massafera. Não
sem resistência do autor. "Ser
protagonista é muito difícil.
Requer um carisma especial,
que vai além da beleza. É preciso que o público torça pelo protagonista, e isso requer aquele
algo mais, que os americanos
chamam de "star quality"."
Mesmo antes de entrar no ar,
"Negócio da China" gerou polêmica por Falabella ter exigido a
regravação de cenas da atriz,
ex-"BBB". "Um autor propõe
um universo e, até que seja assimilado, leva tempo. Há atores
que têm mais experiência e
percebem de cara a proposta,
outros precisam ser guiados
com mão mais firme, mas isso é
o excitante do trabalho", diz
Falabella, ressaltando que nunca fez uma novela em que cenas
não tenham sido regravadas.
NEGÓCIO DA CHINA
Quando: estréia amanhã, às 17h55
Onde: na TV Globo
Classificação indicativa: livre
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