São Paulo, quarta-feira, 05 de outubro de 2011

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OPINIÃO

Desde julho programa sofre de envelhecimento precoce

MAURICIO STYCER
ESPECIAL PARA A FOLHA

Em sua quarta temporada no Brasil, o "CQC" começou em julho a dar sinais visíveis de que o motor rateava.
Na ocasião, nenhum nome do programa se manifestou publicamente diante de uma intervenção da Band, que eliminou de uma reportagem de Oscar Filho as críticas ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e ao governador de Goiás, Marconi Perillo.
A emissora confirmou o corte, mas disse não ter havido censura. "O CQC grava muitas horas por semana e nem tudo que é gravado vai para o ar", informou a Band.
Para um programa que construiu sua reputação forçando a porta para falar com os poderosos e rindo das celebridades, a decisão de acatar o corte foi uma evidência de que o viço se perdera.
Maior audiência da Band, o "CQC" luta para disfarçar uma crise de criatividade. O formato não mudou, num sinal de fé na marca, mas a ousadia dos temas abordados ficou para trás e o jeitão abusado dos repórteres hoje é reproduzido como caricatura.
Procure se recordar de uma reportagem memorável, de alguma intervenção brilhante dos repórteres ou de uma polêmica significativa em 2011. Muito difícil. O "CQC" será mais lembrado este ano pela bajulação a Ronaldo, que apareceu na bancada, pela desastrada participação de Datena e pelas grosserias de Rafinha Bastos.
Como os fãs cansaram de lembrar nos últimos dias, Rafinha faz "piadas" do naipe da que o levou ao limbo desde o primeiro dia do programa. A novidade, este ano, é que o apresentador sobressaiu mais que o desejável.
O gesto de Marcelo Tas e Marco Luque, que vieram a público condenar Rafinha, e a atitude da Band, de ceder à pressão por causa de uma única "piada", apenas confirmam o envelhecimento precoce do "CQC".

MAURICIO STYCER é repórter e crítico do portal UOL.


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