DA REPORTAGEM LOCAL

O cine Belas Artes, inaugurado há 35 anos na rua da Consolação (centro de São Paulo), irá encerrar as atividades de suas seis salas a partir de amanhã.
Os administradores afirmam que há um ano e meio têm tido prejuízo com o Belas Artes. A relação entre a baixa frequência de público e o alto valor do aluguel -que estaria 100% acima do valor de mercado- tornam o cinema financeiramente inviável, segundo Marcelo Mendes, sócio do Grupo Estação, que gerencia as salas juntamente com o grupo Alvorada.
O encerramento das atividades do Belas Artes foi sinalizado quando os cerca de 30 funcionários do cinema começaram a cumprir aviso prévio no dia 6 de novembro.
A falta de manutenção nas salas e nos equipamentos era uma das marcas dos últimos anos do cinema. "Investimos R$ 1 milhão só para mantê-lo aberto. É pena que as pessoas não puderam ver isso, porque ele parecia abandonado", afirma o empresário. Existe um projeto de reforma para o conjunto orçado em R$ 6 milhões, mas não foi possível reunir investidores. De acordo com Mendes, haverá na manhã de hoje uma reunião entre os dois grupos e uma terceira parte que estaria interessada em comprar o cinema. "Estamos tentando, até o último momento, fazer com que o Belas Artes não feche."
Também hoje, às 12h30, está programado um ato pelo prosseguimento das atividades do cinema, organizado pelo Movimento Viva o Belas Artes, grupo fundado há cerca de 15 dias pelo arquiteto Roberto Loeb e pela jornalista Sonia Morgenstern Russo.
Serão colocadas faixas na rua da Consolação com o objetivo de chamar a atenção do público para a situação do cinema.


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