|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CINEMA/ESTRÉIA
"SIMPLESMENTE AMOR"
Ator reclama da preocupação da imprensa com a importância de seus personagens e diz querer trabalhar com Meirelles e Almodóvar
Romance ronda Santoro em seu 2º longa internacional
DA REPORTAGEM LOCAL
Nas variações em torno do tema de "Simplesmente Amor", filme que estréia hoje, o ator Rodrigo Santoro, 28, ficou com as complicações de uma circunstância
em que o interesse mútuo não é
suficiente para garantir um romance. Santoro é Karl, um arquiteto que divide com Sara (a norte-americana Laura Linney) o trabalho e muitos olhares que ficam entre o convite e a promessa.
A timidez dela, o retraimento
dele e outro afeto na vida de um
dos dois são as questões com que
lidam durante o filme.
Santoro diz que dividiu com
Linney o desafio de, "em cenas
muito curtas, tentar construir
uma relação para os dois, um passado e um possível futuro, ou
não".
O brasileiro participou das filmagens de "Simplesmente
Amor" na Inglaterra ao longo de
três semanas e afirma que "no set,
não havia a mínima diferenciação
no tratamento do elenco", que inclui, além de Hugh Grant, nomes
como Emma Thompson, Alan
Rickman e Billy Bob Thornton.
"A maioria das pessoas que estão
neste filme eu já admirava desde
criança", diz.
Santoro foi convidado para a
produção inglesa depois de ser
visto em "Abril Despedaçado", de
Walter Salles, no Festival de Veneza de 2001. No longa de Salles,
ele é o primogênito dos Breves, família que vive no sertão nordestino, onde produz rapadura e dá
prosseguimento a uma tradição
de acerto de contas na base do
olho por olho, dente por dente.
"Recebi uma cena [de "Simplesmente Amor'], fiz uma leitura,
um tape e fui aprovado", conta o
ator.
"Simplesmente Amor" é sua segunda produção internacional a
estrear neste ano. No hollywoodiano "As Panteras Detonando",
ele interpreta um dos vilões da
trama, que não possui falas, como
ressaltou com insistência a imprensa brasileira, na época do lançamento do filme no país.
"Acho esse comportamento [da
imprensa] pequeno. Em vez de
analisar o trabalho que está lá, ficam se preocupando se o personagem é pequeno ou não, se tem
falas ou não", afirma Santoro.
"Se você comparar o personagem que faço em "Bicho de Sete
Cabeças" [de Laís Bodanzky], um
protagonista, que está em cena do
começo ao fim, com o que faço
em "As Panteras Detonando", é
claro que é muito menor. Mas,
para mim, não há nenhum demérito nisso."
O próximo trabalho cinematográfico de Rodrigo Santoro deve
ser a produção brasileira "A Dona
da História", dirigida por Daniel
Filho, com a atriz Marieta Severo
no papel principal e previsão de
filmagens somente para o próximo ano.
O ator afirma que tem "muita
vontade de trabalhar" com o cineasta brasileiro Fernando Meirelles ("Cidade de Deus") e também
com o espanhol Pedro Almodóvar ("Fale com Ela"). "Não importa o tamanho do personagem,
a língua que ele fala e se ele fala",
diz Santoro.
(SILVANA ARANTES)
Texto Anterior: Panorâmica - Música: Dupla Slam é atração em festa do Sirena Próximo Texto: Ator "é como um banho quente", diz Laura Linney Índice
|