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São Paulo, sexta-feira, 05 de dezembro de 2003

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CINEMA/ESTRÉIA

"SIMPLESMENTE AMOR"

Ator reclama da preocupação da imprensa com a importância de seus personagens e diz querer trabalhar com Meirelles e Almodóvar

Romance ronda Santoro em seu 2º longa internacional

DA REPORTAGEM LOCAL

Nas variações em torno do tema de "Simplesmente Amor", filme que estréia hoje, o ator Rodrigo Santoro, 28, ficou com as complicações de uma circunstância em que o interesse mútuo não é suficiente para garantir um romance. Santoro é Karl, um arquiteto que divide com Sara (a norte-americana Laura Linney) o trabalho e muitos olhares que ficam entre o convite e a promessa.
A timidez dela, o retraimento dele e outro afeto na vida de um dos dois são as questões com que lidam durante o filme.
Santoro diz que dividiu com Linney o desafio de, "em cenas muito curtas, tentar construir uma relação para os dois, um passado e um possível futuro, ou não".
O brasileiro participou das filmagens de "Simplesmente Amor" na Inglaterra ao longo de três semanas e afirma que "no set, não havia a mínima diferenciação no tratamento do elenco", que inclui, além de Hugh Grant, nomes como Emma Thompson, Alan Rickman e Billy Bob Thornton. "A maioria das pessoas que estão neste filme eu já admirava desde criança", diz.
Santoro foi convidado para a produção inglesa depois de ser visto em "Abril Despedaçado", de Walter Salles, no Festival de Veneza de 2001. No longa de Salles, ele é o primogênito dos Breves, família que vive no sertão nordestino, onde produz rapadura e dá prosseguimento a uma tradição de acerto de contas na base do olho por olho, dente por dente.
"Recebi uma cena [de "Simplesmente Amor'], fiz uma leitura, um tape e fui aprovado", conta o ator.
"Simplesmente Amor" é sua segunda produção internacional a estrear neste ano. No hollywoodiano "As Panteras Detonando", ele interpreta um dos vilões da trama, que não possui falas, como ressaltou com insistência a imprensa brasileira, na época do lançamento do filme no país.
"Acho esse comportamento [da imprensa] pequeno. Em vez de analisar o trabalho que está lá, ficam se preocupando se o personagem é pequeno ou não, se tem falas ou não", afirma Santoro.
"Se você comparar o personagem que faço em "Bicho de Sete Cabeças" [de Laís Bodanzky], um protagonista, que está em cena do começo ao fim, com o que faço em "As Panteras Detonando", é claro que é muito menor. Mas, para mim, não há nenhum demérito nisso."
O próximo trabalho cinematográfico de Rodrigo Santoro deve ser a produção brasileira "A Dona da História", dirigida por Daniel Filho, com a atriz Marieta Severo no papel principal e previsão de filmagens somente para o próximo ano.
O ator afirma que tem "muita vontade de trabalhar" com o cineasta brasileiro Fernando Meirelles ("Cidade de Deus") e também com o espanhol Pedro Almodóvar ("Fale com Ela"). "Não importa o tamanho do personagem, a língua que ele fala e se ele fala", diz Santoro.
(SILVANA ARANTES)


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