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COPIÃO
Reserva de mercado opõe governo e exibidores
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
Os exibidores querem
transformar a cota de tela
(número obrigatório de dias de
exibição de filmes brasileiros
nas salas de cinema do país, estipulado a cada ano por decreto
federal) na sugestão de um limite mínimo, e não mais num teto
compulsório.
É uma tentativa de reverter a
tendência apontada pelo governo de duplicar a cota de 2003
(280 dias para complexos de 11
salas) em 2004.
A definição da reserva de mercado para o filme nacional é feita
em geral em acordo entre produtores, distribuidores, exibidores e governo.
A Ancine (Agência Nacional
do Cinema), vinculada ao MinC
(Ministério da Cultura), iniciou
as negociações sobre a cota de
2004 e ouvirá os exibidores no
próximo dia 11.
Defensor da duplicação da cota, o secretário das Artes Audiovisuais (MinC), Orlando Senna,
afirma que "neste caso, a palavra
do secretário não tem valor de
decisão, mas é uma indicação de
governo". Por ter caráter de
agência reguladora, a atuação da
Ancine supõe autonomia.
"É no mínimo deselegante ouvir a posição do ministério antes
de discutir", diz Valmir Fernandes, presidente da Cinemark, a
maior rede de salas do país.
SINAL TROCADO
O governo disse que
primeiro transformaria a
Ancine em Ancinav (Agência
Nacional do Cinema e do
Audiovisual) e depois
nomearia o Conselho Superior
do Cinema, que as
supervisionará. Agora,
anuncia as medidas em ordem
inversa, sob aprovação do
Congresso.
SINAL AMARELO
Do deputado Paulo Rubem
Santiago (PT-PE), presidente
da comissão de cinema da
Câmara: "É preciso não tomar
decisões apressadamente. A
convocação extraordinária do
Congresso costuma ter
resultados ordinários".
PISCA-ALERTA
A diretoria que está vaga na
Ancine desde outubro (com a
renúncia de Lia Gomenssoro)
não deve ser preenchida.
Aguarda-se a reformulação
total do comando da agência e
a ampliação do número de
diretores (de quatro para
cinco).
ENTRONCAMENTO
O BNDES divulga nos
próximos dias os longas cuja
produção apoiará em 2004.
Com o objetivo de incentivar a
regionalização, os resultados
da seleção procuram espelhar a
proporção de 20% de
propostas oriundas fora do
eixo Rio-SP, entre os 325
inscritos.
UM LUGAR NO MUNDO
Além de "O Jardineiro Fiel" (2004), pela Focus Feature, Fernando
Meirelles acertou com a Universal (para 2006/07) a direção de um
longa que reerguerá e destruirá a cidade de Pompéia. "A idéia é fazer
um "disaster movie" em que o desastre não seja o mais importante."
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