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POLÍTICA CULTURAL
Ministro da Cultura anunciou que gastos com patrocínio podem chegar a R$ 400 milhões
Gil aumenta limite para renúncia fiscal
SILVANA ARANTES
ENVIADA ESPECIAL A FORTALEZA
O ministro da Cultura, Gilberto
Gil, anunciou que o governo aumentará de R$ 160 milhões (em
2003) para R$ 400 milhões (em
2004) o limite de gastos com patrocínio cultural através das leis
de renúncia fiscal -Rouanet e do
Audiovisual, que autorizam o
destino de parte do Imposto de
Renda à realização de projetos
culturais aprovados pelo MinC
(Ministério da Cultura).
O anúncio foi feito anteontem,
em Fortaleza (Ceará), onde o ministro participou da cerimônia de
encerramento do 5º CBC (Congresso Brasileiro de Cinema). A
política e as ações do MinC para o
audiovisual foram o principal assunto dos debates do Congresso,
aberto no último dia 29.
Dirigentes da Secretaria para o
Desenvolvimento das Artes Visuais do MinC compareceram às
discussões e informaram aos congressistas que o governo pretende
nomear e instalar o Conselho Superior do Cinema, submeter aos
conselheiros o texto que reformula a medida provisória 2.228 (de
setembro/2001, que trata da regulamentação do cinema) e encaminhar o documento (como medida
provisória ou projeto de lei) ao
Congresso Nacional, até dia 20.
Ao discursar, Gil afirmou que
"o cinema é talvez o setor cultural
brasileiro mais organizado" e
agradeceu, classificando como
"um auxílio fundamental à governança do ministério o papel decisivo do cinema na propalada, presumível, possível tentativa de "dirigismo cultural" por parte do governo brasileiro".
A polêmica do "dirigismo cultural" ocorreu em maio, quando o
cineasta Cacá Diegues e o produtor Luiz Carlos Barreto lideraram
uma onda de críticas às primeiras
regras divulgadas pelo governo
Lula para a concessão de patrocínio cultural por empresas estatais.
As estatais respondem pelo
maior volume de patrocínio à cultura no país. Estavam previstos
critérios como a exigência de contrapartida social nos projetos
aprovados e prioridade àqueles
que tivessem sintonia com programas de governo, como o Fome
Zero. O MinC discordava das diretrizes, feitas sob supervisão da
Secretaria de Comunicação (Luiz
Gushiken).
Para solucionar a polêmica, o
presidente Lula da Silva determinou a suspensão dos critérios e
entregou ao MinC a responsabilidade da formulação da política de
patrocínio cultural do governo.
Nem Barreto nem Diegues estiveram presentes no 5º CBC.
A jornalista Silvana Arantes viajou a
convite da organização do 5º CBC.
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