Além de autor da "Poltrona Mole", 20ª edição de Prêmio Museu da Casa Brasileira também contempla jovens nomes; mostra em São Paulo exibe 81 peças

MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL

A 20ª edição do tradicional Prêmio Design Museu da Casa Brasileira, que ocorre hoje à noite, privilegia a excelência de Sergio Rodrigues, 79, um dos precursores do design moderno no Brasil, mas não deixa de lado novos nomes e materiais.
A "Poltrona Diz", de Rodrigues, foi escolha unânime do júri, presidido por Claudio Ferlauto, em mobiliário. Unindo a solidez da madeira maciça ao desenho elegante, a peça estará ao lado da "Mesa Neco", de Ricardo Rangel, 29, da Thrust Design, 2º lugar na categoria. O móvel utiliza o reynobond, placa que reveste fachadas de edifícios comerciais, como tampo.
"Acho que a marca dessa edição é unir a excelência de designers conhecidos, como o Sergio, a produções de jovens talentos, como o que assina a "Neco'", diz Adélia Borges, diretora do museu e crítica de design.
Borges avalia que a premiação ratifica o bom momento pelo qual passa a atividade no Brasil. "Antes, o designer era meio um outsider, criava sozinho, não tinha visibilidade.
Agora, a indústria cada vez mais está integrada ao meio, possibilitando a produção em larga escala." Assim, por exemplo, a empresa LinBrasil fabrica a linha que Rodrigues desenha, incluindo a "Diz" e a "Poltrona Mole" (1961), que deu a Rodrigues visibilidade internacional.
Borges acredita que a preocupação com um design mais popular é evidente, como no caso da "Lavadora Superpop", da Chelles e Hayashi Design, premiada na categoria de eletroeletrônicos. O eletrodoméstico é fácil de montar e tem baixo custo. "Tudo isso sem perder a qualidade", afirma ela. A mostra exibe no total 81 produtos.