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Do Amor mistura rock com ritmos regionais
Com influência do axé dos anos 80, grupo carioca faz show em SP amanhã
Banda é formada por egressos do cultuado Carne de Segunda: à moda do + 2
de Kassin e cia., todos os membros compõem e cantam
JOSÉ FLÁVIO JÚNIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Na página no MySpace do
grupo carioca Do Amor, a primeira influência listada é "axé
dos anos 80". Piada? Provocação? Nada disso. "É de coração.
Banda Reflexu's, Luiz Caldas e
outros ícones do gênero freqüentam nossos toca-discos
desde sempre", explica Gabriel
Bubu, que tocou com o Los
Hermanos e, no ano passado,
fundou o Do Amor com três
amigos. A banda estréia em São
Paulo amanhã, no Studio SP.
Com um EP de cinco faixas
gravado ainda em 2006, o Do
Amor começou a se apresentar
ao vivo neste ano. Mas só há
shows quando os integrantes
conseguem se livrar da agenda
paralela. O baixista Ricardo
Dias Gomes e o baterista Marcelo Callado integram o atual
conjunto de Caetano Veloso.
Bubu e o guitarrista Gustavo
Benjão acompanham artistas
emergentes, como as cantoras
Nina Becker, da Orquestra Imperial, e Silvia Machete.
Entre 1996 e 2005, Bubu,
Benjão e Callado fizeram parte
do grupo Carne de Segunda. A
paixão pela axé music e outros
ritmos regionais vem dessa
época. Composições como a
agalopada "Pepeu Baixou em
Mim", o carimbó gospel "Se Levar Adiante" e o samba-rock
demente "Morena Russa" vêm
sendo aproveitadas nas apresentações. Elas casam perfeitamente com "Santo do Deserto",
"Meu Coração" e as outras faixas do EP do novo grupo. "The
Grobe", do duo Ween, é uma
das covers que recheiam o set.
Temperos
Essa equação sonora que
permite quase tudo é a marca
de uma turma carioca que se
formou nos anos 90. Mulheres
Q Dizem Sim, Acabou La Tequila, + 2 e até o Los Hermanos
partiam do rock para invadir
outras praias sonoras, dificultando classificações. A dúvida
persiste com o Do Amor. "Fazemos rock com vários temperos,
sem neurose", afirma Bubu.
Ricardo Dias Gomes, que toca teclados no Brasov, diz que é
justo chamar o Do Amor de
"banda de rock". "Mas criamos
com outras experiências em
mente", completa.
Outro traço curioso da banda
é que todos os membros compõem e cantam. "Não ter um
vocalista fixo faz com que o público preste mais atenção no
conjunto", acredita Dias Gomes. No pop nacional, só o +2
de Moreno Veloso, Domenico e
Kassin faz algo tão interessante
com a mesma fórmula.
O EP do grupo, no entanto,
foi lançado precocemente, em
descompasso com o amadurecimento dos shows.
Bubu admite a falha, mas ressalta um aspecto positivo.
"Realmente, o EP foi produzido
meses antes de começarmos a
nos apresentar ao vivo. Por
mais verde que soasse a gravação, ela possibilitou que a coisa
fosse para frente. No primeiro
show, já tínhamos um disco para vender!".
DO AMOR
Quando: amanhã, às 23h
Onde: Studio SP (r. Inácio Pereira da Rocha, 170, tel. 0/xx/11/3817-5425)
Quanto: R$ 10
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