São Paulo, quarta-feira, 05 de dezembro de 2007

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Do Amor mistura rock com ritmos regionais

Com influência do axé dos anos 80, grupo carioca faz show em SP amanhã

Banda é formada por egressos do cultuado Carne de Segunda: à moda do + 2 de Kassin e cia., todos os membros compõem e cantam

JOSÉ FLÁVIO JÚNIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Na página no MySpace do grupo carioca Do Amor, a primeira influência listada é "axé dos anos 80". Piada? Provocação? Nada disso. "É de coração. Banda Reflexu's, Luiz Caldas e outros ícones do gênero freqüentam nossos toca-discos desde sempre", explica Gabriel Bubu, que tocou com o Los Hermanos e, no ano passado, fundou o Do Amor com três amigos. A banda estréia em São Paulo amanhã, no Studio SP.
Com um EP de cinco faixas gravado ainda em 2006, o Do Amor começou a se apresentar ao vivo neste ano. Mas só há shows quando os integrantes conseguem se livrar da agenda paralela. O baixista Ricardo Dias Gomes e o baterista Marcelo Callado integram o atual conjunto de Caetano Veloso.
Bubu e o guitarrista Gustavo Benjão acompanham artistas emergentes, como as cantoras Nina Becker, da Orquestra Imperial, e Silvia Machete. Entre 1996 e 2005, Bubu, Benjão e Callado fizeram parte do grupo Carne de Segunda. A paixão pela axé music e outros ritmos regionais vem dessa época. Composições como a agalopada "Pepeu Baixou em Mim", o carimbó gospel "Se Levar Adiante" e o samba-rock demente "Morena Russa" vêm sendo aproveitadas nas apresentações. Elas casam perfeitamente com "Santo do Deserto", "Meu Coração" e as outras faixas do EP do novo grupo. "The Grobe", do duo Ween, é uma das covers que recheiam o set.

Temperos
Essa equação sonora que permite quase tudo é a marca de uma turma carioca que se formou nos anos 90. Mulheres Q Dizem Sim, Acabou La Tequila, + 2 e até o Los Hermanos partiam do rock para invadir outras praias sonoras, dificultando classificações. A dúvida persiste com o Do Amor. "Fazemos rock com vários temperos, sem neurose", afirma Bubu.
Ricardo Dias Gomes, que toca teclados no Brasov, diz que é justo chamar o Do Amor de "banda de rock". "Mas criamos com outras experiências em mente", completa.
Outro traço curioso da banda é que todos os membros compõem e cantam. "Não ter um vocalista fixo faz com que o público preste mais atenção no conjunto", acredita Dias Gomes. No pop nacional, só o +2 de Moreno Veloso, Domenico e Kassin faz algo tão interessante com a mesma fórmula.
O EP do grupo, no entanto, foi lançado precocemente, em descompasso com o amadurecimento dos shows. Bubu admite a falha, mas ressalta um aspecto positivo. "Realmente, o EP foi produzido meses antes de começarmos a nos apresentar ao vivo. Por mais verde que soasse a gravação, ela possibilitou que a coisa fosse para frente. No primeiro show, já tínhamos um disco para vender!".


DO AMOR
Quando:
amanhã, às 23h
Onde: Studio SP (r. Inácio Pereira da Rocha, 170, tel. 0/xx/11/3817-5425)
Quanto: R$ 10


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