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Fotografia de guerra é destaque de coleção
Volume que aborda a Segunda Guerra Mundial chega às bancas no domingo
Henri Cartier-Bresson, W. Eugene Smith e Yevgeni Khaldei são os outros fotógrafos que também têm imagens na edição
DA REPORTAGEM LOCAL
Fotografias históricas da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) são o enfoque de "Guerra", o segundo volume da "Coleção Folha Grandes Fotógrafos", que chega às bancas no domingo. A edição tem 21 imagens dos célebres fotógrafos
Robert Capa, Henri Cartier-Bresson, W. Eugene Smith e
Yevgeni Khaldei.
Englobando também a Guerra Civil Espanhola (1936-1939),
que antecedeu a Segunda Guerra, este volume se torna uma
boa referência para entender
desdobramentos do conflito.
A Segunda Guerra Mundial
foi também o primeiro evento
de interesse global fotografado
e publicado de forma maciça,
após as inovações tecnológicas
que permitiram aos fotógrafos
atuar no front das batalhas. A
possibilidade de se obter registros inéditos e ao mesmo tempo denunciar os horrores da
guerra levou os profissionais
mais destemidos a se portarem
como verdadeiros soldados.
Esse foi o caso de Robert Capa, que cobriu cinco guerras ao
longo de sua vida. Costumava
dizer: "Se suas fotos não são suficientemente boas, é porque
você não está suficientemente
perto". Uma forma de pensar
perigosa para um fotógrafo de
guerra, levando Capa a obter
imagens de grande impacto e se
tornar um mito até hoje, mas
que também provocou a sua
morte precoce, com 40 anos, ao
pisar numa mina durante a
Guerra da Indochina, em 1954.
As fotografias de Capa que
mostram um miliciano na
Guerra Civil Espanhola no exato momento em que foi alvejado por um tiro mortal, assim
como as imagens exclusivas do
desembarque das forças aliadas
na Normandia, no Dia D, são
obrigatórias em qualquer revisão histórica.
Olhar humanista
O segundo volume traz também imagens de Cartier-Bresson (1908-2004), presente em
oito dos livros da coleção. Após
ficar preso pelos nazistas durante três anos, o fotógrafo fugiu a tempo de fotografar Paris
festejando o fim da guerra.
W. Eugene Smith (1918-1978), chamado por alguns historiadores de pai do fotojornalismo, aparece em "Guerra"
com seu olhar humanista voltando suas lentes para as expressões dos soldados e para o
resgate de um bebê em meio ao
conflito. Há também uma imagem da explosão de uma bomba
na batalha de Iwo Jima, no Japão, em 1945, com soldados se
protegendo atrás de uma rocha,
que mostra como o fotógrafo se
expunha ao perigo.
O ucraniano Khaldei (1917-1997), que acompanhou o Exército russo durante a guerra, se
servia de fotomontagens, geralmente não perceptíveis ao leitor, para que suas imagens tivessem maior carga dramática
e se aproximassem mais da realidade observada por ele (e não
apenas pela máquina). Ele retratou o avanço do exército sobre o Reichstag, em Berlim, e
uma bandeira russa sendo içada sobre o mesmo prédio, em
1945. Ficções fotográficas que
viraram verdades históricas.
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