São Paulo, sexta-feira, 06 de fevereiro de 2009

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Fotografia de guerra é destaque de coleção

Volume que aborda a Segunda Guerra Mundial chega às bancas no domingo

Henri Cartier-Bresson, W. Eugene Smith e Yevgeni Khaldei são os outros fotógrafos que também têm imagens na edição

DA REPORTAGEM LOCAL

Fotografias históricas da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) são o enfoque de "Guerra", o segundo volume da "Coleção Folha Grandes Fotógrafos", que chega às bancas no domingo. A edição tem 21 imagens dos célebres fotógrafos Robert Capa, Henri Cartier-Bresson, W. Eugene Smith e Yevgeni Khaldei.
Englobando também a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), que antecedeu a Segunda Guerra, este volume se torna uma boa referência para entender desdobramentos do conflito.
A Segunda Guerra Mundial foi também o primeiro evento de interesse global fotografado e publicado de forma maciça, após as inovações tecnológicas que permitiram aos fotógrafos atuar no front das batalhas. A possibilidade de se obter registros inéditos e ao mesmo tempo denunciar os horrores da guerra levou os profissionais mais destemidos a se portarem como verdadeiros soldados.
Esse foi o caso de Robert Capa, que cobriu cinco guerras ao longo de sua vida. Costumava dizer: "Se suas fotos não são suficientemente boas, é porque você não está suficientemente perto". Uma forma de pensar perigosa para um fotógrafo de guerra, levando Capa a obter imagens de grande impacto e se tornar um mito até hoje, mas que também provocou a sua morte precoce, com 40 anos, ao pisar numa mina durante a Guerra da Indochina, em 1954.
As fotografias de Capa que mostram um miliciano na Guerra Civil Espanhola no exato momento em que foi alvejado por um tiro mortal, assim como as imagens exclusivas do desembarque das forças aliadas na Normandia, no Dia D, são obrigatórias em qualquer revisão histórica.

Olhar humanista
O segundo volume traz também imagens de Cartier-Bresson (1908-2004), presente em oito dos livros da coleção. Após ficar preso pelos nazistas durante três anos, o fotógrafo fugiu a tempo de fotografar Paris festejando o fim da guerra.
W. Eugene Smith (1918-1978), chamado por alguns historiadores de pai do fotojornalismo, aparece em "Guerra" com seu olhar humanista voltando suas lentes para as expressões dos soldados e para o resgate de um bebê em meio ao conflito. Há também uma imagem da explosão de uma bomba na batalha de Iwo Jima, no Japão, em 1945, com soldados se protegendo atrás de uma rocha, que mostra como o fotógrafo se expunha ao perigo.
O ucraniano Khaldei (1917-1997), que acompanhou o Exército russo durante a guerra, se servia de fotomontagens, geralmente não perceptíveis ao leitor, para que suas imagens tivessem maior carga dramática e se aproximassem mais da realidade observada por ele (e não apenas pela máquina). Ele retratou o avanço do exército sobre o Reichstag, em Berlim, e uma bandeira russa sendo içada sobre o mesmo prédio, em 1945. Ficções fotográficas que viraram verdades históricas.


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