da Sucursal do Rio

Revoltado com a retirada de um "trabalho conceitual" em exposição na galeria de artes do Centro Cultural Cândido Mendes, no Rio, o artista plástico Cyríaco Lopes está acusando a direção da entidade de praticar censura.
A coordenadora da galeria, a artista plástica Adriana Tabalipa, negou que tenha havido censura. Segundo ela, a obra de Lopes foi retirada porque tinha sido destruída no vernissage. O trabalho consistia em retângulos de papel com fotografias de rostos de pessoas no momento do orgasmo. Por cima, sacos plásticos com água. No vernissage, as pessoas pisaram no trabalho, e a água inundou o carpete.
Na quarta-feira, ao chegar para trabalhar, o diretor do centro cultural, Cândido José Mendes, não gostou da sujeira na galeria e mandou retirar a obra de Lopes.
"O trabalho estava instalado. As pessoas interagiram. A água manchou o carpete, deixando um desagradável cheiro de bolor na galeria. O diretor não gostou e mandou tirar o trabalho", disse Tabalipa.
Cyríaco Lopes não concorda com as explicações da coordenadora da galeria. "Fui censurado. O diretor disse que a obra atrapalhava a passagem e mandou retirá-la. Essa era uma de suas propostas", disse o artista.
O diretor do Centro Cultural Cândido Mendes não foi localizado para falar sobre o assunto. (ST)


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