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crítica
Irregular, 2º álbum gera impacto menor
DA REPORTAGEM LOCAL
M
uita gente boa,
como Bloc
Party, The
View, LCD Soundsystem,
Klaxons, Bonde do Rolê,
Montage, está lançando
disco por esses dias, mas
nenhuma dessas bandas
consegue atrair tantos aficionados fervorosos quanto o Arcade Fire. É religiosa a devoção dos fãs do coletivo canadense, e ela não
deve arrefecer com "Neon
Bible", o segundo álbum,
que chega agora aos EUA e
desembarca no Brasil no
próximo dia 31.
O culto em torno desse
grupo canadense começou
a crescer a partir de "Funeral", o primeiro disco,
lançado em 2004.
Canções de tons épicos;
músicas que usam violinos
para fugir dos arranjos roqueiros tradicionais; letras sombrias que discutem a morte; shows em
que músicos trocam
enlouquecidamente de
instrumentos... Tudo isso
alimentava a fé direcionada ao Arcade Fire.
Se "Funeral" chegou
quase a ser canonizado pela imprensa de todo o
mundo, "Neon Bible" provavelmente ganhará tratamento mais cético. Não
que seja pior, mas o impacto certamente é menor.
O novo disco não avança
nem melhora o que já havia sido feito. O problema
é que é mais irregular -algumas canções são medíocres, como a balada
"Ocean of Noise" -boba,
com arranjo kitsch.
Ou "Black Wave/Bad Vibrations", de produção
meio capenga -parece até
música não-finalizada.
Nas canções mais rápidas, o Arcade Fire retoma
o clima de "Funeral", com
bateria forte e arranjos
que vão crescendo até
quase uma explosão rítmica. Assim são "Black Mirror" e "Keep the Car Running", a mais pop do CD.
Já "Intervention", tem
um início grandioso, parece tocada por orquestra de
igreja. E empolga.
"Windowsill" é das mais
interessantes. Se fosse feita por uma banda comum,
soaria apenas como um
folk-rock de protesto
("Não quero lutar numa
guerra santa/... Não quero
mais viver na América")
inspirado por Neil Young.
Pelas mãos do Arcade Fire, ela é tranformada num
folk-rock inspirado por
Neil Young e "2001 - Uma
Odisséia no Espaço".
(THIAGO NEY)
NEON BIBLE
Artista: Arcade Fire
Lançamento: Slag (no Brasil a
partir de 31 de março)
Quanto: a definir
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