São Paulo, quinta-feira, 06 de abril de 2000


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NO RIO
Sinfonia do irmão de Henfil e Betinho é apresentada no BNDES

da Sucursal do Rio

Poucos meses antes de morrer, vítima de Aids contraída em uma transfusão em março de 1988, o músico Francisco Mário -irmão de Betinho e de Henfil- passou três meses em um hotel fazenda em Itatiaia (a 175 km do Rio) compondo.
Uma das peças criadas por Francisco Mário no período foi a "Suíte Brasil", uma sinfonia em dez movimentos, cada um deles referindo-se a um período da história do Brasil.
A peça será apresentada hoje no teatro do BNDES (centro do Rio) em uma nova versão e com um novo nome. Marcos Souza, 28, filho de Francisco Mário, fez novos arranjos para o trabalho, agora chamado "Suíte Brasil 500 Anos".
Marcos Souza, no piano, Afonso Machado no bandolim, Bartolomeu Wiese no violão e Henrique Drach no violoncelo, apresentarão a obra de Francisco Mário.
Os movimentos serão intercalados com a leitura de poesias de Affonso Romano de Sant'Anna, pelo ator Ricardo Kosovski.

Que País É Este
"Paraíso Perdido", uma melodia inspirada nos índios habitantes do país antes do Descobrimento, é o primeiro movimento da suíte de Francisco Mário.
Acompanhando o movimento, será lido um trecho de "Que País É Este", de Sant"Anna.
A suíte prossegue com "Princípio Real", uma valsa referindo-se ao período monarquista, "Choro Nacional" (que tem como tema o primeiro governo de Getúlio Vargas e o início da industrialização do país), e "Bossa Velha" (lembranças de JK e a modernização do Brasil).
A "Suíte Brasil 500 Anos" segue com "1964", uma referência ao golpe militar, e "1968", uma guarânia inspirada em "Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores", de Geraldo Vandré.
A seguir, em "Balada Negra", há referência ao período de governo do presidente Emílio Garrastazu Médici (1969-1974).

Diretas
Francisco Mário terminou sua suíte com os movimentos "Valsa Relativa" (sobre a abertura política) e "Diretas" (sobre a campanha para eleições diretas para a Presidência da República).
"Em sua última apresentação pública, em novembro de 1987, meu pai tocou a Suíte e disse que não estava satisfeito com seu encerramento. Sarney havia assumido a presidência após a morte de Tancredo e, para meu pai, este não era um encerramento satisfatório. Por isso, ele decidiu repetir o primeiro movimento, o "Paraíso Perdido". É assim que vamos encerrar nossa apresentação", diz Marcos Souza.
"Suíte Brasil 500 Anos" será apresentada às 19h no teatro do BNDES (avenida Chile, 100, centro do Rio), com capacidade para 400 pessoas. A entrada é franca e senhas serão distribuídas a partir das 18h. (CRISTINA GRILLO)


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