São Paulo, terça-feira, 06 de abril de 2010

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"V" cria intrigas com alienígenas traiçoeiros e teorias de conspiração

Série é estrelada pela atriz brasileira Morena Baccarin que faz a líder dos ETs

CLARICE CARDOSO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se "Guerra nas Estrelas" e "Star Trek" comprovam que o espaço, a "fronteira final", é boa fonte de inspiração para a ficção, também é verdade que, ao longo dos anos, a galáxia já foi vítima de abusos das mais esquecíveis produções. É dessa nebulosa que emerge "V", refilmagem que estreia hoje na Warner e que começa quando alienígenas resolvem dar um pulinho na Terra com pretextos não muito claros.
Liderados por Ana, a quase robótica e manipuladora personagem da atriz carioca Morena Baccarin, anunciam que vieram em busca de água e de um mineral abundante no nosso planeta. Em troca, oferecem tecnologias alienígenas.
A chegada desperta a desconfiança de uma agente do FBI -quase uma versão loira de Mulder, de "Arquivo X"- vivida por Elizabeth Mitchell, a Juliet, de "Lost" (que, aparentemente, foi para o espaço depois da explosão na ilha. Ou quase.)
Após descobrir que os visitantes são, na verdade, répteis humanoides infiltrados há anos na Terra, ela monta um grupo de resistência que inclui um alienígena dissidente, um padre e um lunático.
Aqui, surge uma característica que está nos capítulos já exibidos nos EUA e na minissérie original, dos anos 80: mais do que em viagens intergaláticas ou tramas futuristas, o centro de "V" são as teorias de conspiração. (Tanto é que, fora da TV, já houve quem visse nos tratamentos de saúde oferecido pelos ETs uma crítica a Obama.) Além disso, a versão original era também uma metáfora para as sociedades de controle, à "1984", e uma -autodeclarada- crítica ao nazismo.
Repaginada, "V" está repleta de traições de ambos os lados, o que possibilita inúmeras reviravoltas. Mas, apesar de funcionar bem para prender a audiência num primeiro momento, a fórmula pode gerar novos desafios para os criadores.
Adiar demais a solução do conflito não parece uma opção sustentável. Por outro lado, inventar viradas demais pode levar ao mesmo erro que praticamente matou "Heroes". Apesar das boas-vindas que recebeu, Ana tem ainda pela frente uma difícil nação a conquistar: a dos telespectadores.


"V"

Quando: terças, às 22h, na Warner
Classificação: não informada




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