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TEATRO
Destaque das artes cênicas na Europa, o belga traz duas peças e cinco curtas para festival que ocorrerá em julho
Rio Preto introduz obra e idéias de Fabre
VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O multiartista belga Jan Fabre
será destaque da 22ª edição do
Festival Internacional de Teatro
de São José do Rio Preto (451 km a
noroeste de São Paulo), que acontece de 17 a 28 de julho.
Pela primeira vez, o Brasil contempla a obra e o pensamento de
Fabre, 41, considerado "enfant
terrible" na cena européia, por desenvolver projetos com a marca
da obsessão e do experimento.
Herdeiro indireto do ofício do
bisavô, um entomologista (parte
da zoologia que trata dos insetos),
o multiartista concebe boa parte
de suas produções sob o ponto de
vista deles, os insetos, que seriam
os verdadeiros donos da civilização dita humana.
Tem sido assim nas áreas do
teatro, da dança, das artes plásticas e do cinema, não raras vezes
conjugadas.
Rio Preto assistirá a duas peças
de dança-teatro dirigidas pelo
belga, que confirmou presença: o
solo "My Movements Are Alone
Like Streetsdogs", criado em 2000
para o Festival de Avignon, com a
atriz Erna Omarsdottir; e o monólogo "She Was and She Is, Even",
com Els Deceukelier (veja quadro
nesta página).
A programação inclui exibição
de cinco curtas-metragens dirigidos por Fabre e lançamento de
edição da revista de arte "Janus",
da qual foi fundador.
Completam as atrações estrangeiras o grupo russo Derevo, o
australiano Strange Fruit (de rua)
e uma companhia de dança de
Bali. A grade completa do evento
será anunciada na próxima sexta-feira.
Criado em 1969, o festival de Rio
Preto ganhou formato internacional a partir do ano passado. Até
então, era conhecido e respeitado
por acolher o teatro amador, inclusive como contraponto ao regime militar (1964-85).
Parceria
Em 2001, a prefeitura local, por
meio da Secretaria Municipal de
Cultura, estabeleceu parceria com
o Serviço Social do Comércio
(Sesc-SP). Na cena nacional, Rio
Preto se afirma como evento conceitual. Foca artes cênicas sob
ponto de vista da pesquisa e da
formação de público.
Neste ano, os projetos lugarUMBIGO e Preto Artaud constituem espaços da experimentação
por excelência.
Aliás, o diretor e pensador francês Antonin Artaud (1896-1948) é
o mote inspirador -por conta
dele, o festival é dedicado ao ator
Rubens Corrêa, morto em 96.
Ariano Suassuna e Plínio Marcos
também ganham projetos.
O festival é orçado em R$ 900
mil (R$ 400 mil do Sesc, R$ 100
mil da prefeitura, R$ 100 mil da
Secretaria de Estado da Cultura e
R$ 300 mil a serem captados por
meio do Ministério da Cultura).
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