São Paulo, terça-feira, 06 de maio de 2008

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comentário

Busca pelo "distante" resulta irregular

DA REPORTAGEM LOCAL

Virou moda viajar a lugares distantes, beber a água dos nativos, participar dos rituais, documentar tudo e expor a aventura legitimada pelo exotismo no cubo branco.
A última Bienal de São Paulo mandou artistas para Acre e Pernambuco. Na mesma mostra, Jarbas Lopes mostrou o resultado de uma expedição pela Amazônia. A Bienal do Mercosul fez o mesmo na Tríplice Fronteira, e a Faap trouxe a São Paulo italianas que plantaram flores na praça da Sé.
Nas artes plásticas, com instituições que, com dinheiro, influenciam cada vez mais o discurso dos artistas, há uma verdadeira explosão de residências e expedições artísticas.
Todas buscam amparar obras de arte -algumas boas, outras ruins- no discurso politicamente correto da arte em contato com um povo simples, numa mistura de ingenuidade e oportunismo.
Certo que pode haver um resultado plástico interessante e a tentativa de redimensionar fronteiras para a arte contemporânea. E o mercado em expansão permite isso.
Mas muitos trabalhos fracos são montados no meio do nada para ninguém ver, restando depois só um vago registro. (SM)


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