São Paulo, quinta-feira, 06 de maio de 2010

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Crítica

Buñuel cria seu herói com a marca da paranoia

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Quem passar o dia ligado no canal TCM terá uma espécie de resumo do que o cinema tem de melhor e pior.
O pior vem antes, às 14h, com "Madame Curie" (12 anos), de Mervyn LeRoy, exemplo acabado de filme "de prestígio", ou seja, o encontro entre romance (Pierre Curie se apaixona por uma estudante brilhante) e alta ciência (as descobertas do casal). Pesa como chumbo.
É bem menos ilustre o personagem de "O Alucinado" (17h55; 12 anos), um dos melhores de Buñuel no México (ou fora dele): o herói é um paranoico, obcecado pela ideia de estar sendo traído pela mulher.
Também é desimportante a gente de "A Morta-Viva" (22h; 12 anos), filme de Jacques Tourneur: mas o terror de sugestão é magnífico.
Para terminar, há "Todos os Homens do Presidente" (1h05; 12 anos), de Alan J. Pakula, um típico filme que se apoia no "grande assunto". Mas o grande assunto aqui é, de fato, grande (Watergate), e o interesse até hoje permanece intacto.


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