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RUÍDO
Torquato Neto volta em biografia e inéditos
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais um tropicalista "do
B" deve voltar à tona neste
2003. O poeta piauiense Torquato Neto (1944-72), autor de algumas das letras cruciais do movimento, será alvo de uma biografia e da reedição de seus escritos.
O jornalista Toninho Vaz finaliza, para a editora Record, a
biografia "Pra Mim Chega", cujo título faz referência a termo
usado por Torquato em seu bilhete de suicídio.
Já fez 68 entrevistas, mas lhe
falta agendar depoimentos de
Caetano Veloso, Gilberto Gil,
Gal Costa e Maria Bethânia.
Solicitada pela editora Rocco,
está pronta para publicação
uma versão ampliada de "Os Últimos Dias de Paupéria", coletânea de escritos de Torquato organizada originalmente por
Waly Salomão (1944-2003).
O jornalista Paulo Roberto Pires se responsabilizou pela nova
edição, que se chamará "Torquatália" e será ampliada para
dois volumes. Trará poemas, letras de música e os textos de
Torquato na coluna "Geléia Geral", do jornal "Última Hora".
Pires ressalta a recuperação de
crônicas do "Jornal dos Sports",
em que Torquato descrevia os
acontecimentos musicais de 68,
no alto do levante tropicalista.
O NÃO-LANÇAMENTO
Hoje sampleados em rap
por Marcelo D2, os baianos
Antonio Carlos & Jocafi desenvolveram carreira de sucesso popular nos sombrios
anos 70. Começaram com
"Mudei de Idéia" (71, já reeditado em CD pela BMG), álbum de parentesco próximo
com a tropicália e a experimentação. Deste "Cada Segundo" (72) em diante, embarcaram de vez no chamado "samba jóia", já esboçado
no LP de estréia em "Você
Abusou". "Ossain", "Simbarerê" e "Shazan" eram os sucessos que reuniam sambão,
referências afro, MPB e a
mais escancarada sabedoria
de bordel -que os remeteria à coluna dos "cafonas". A
BMG podia aproveitar o
chamado de D2 e reeditar
mais de seus LPs.
A MÚSICA, AS LEIS
Até agora nada aconteceu
com a lei do jabá no Congresso,
mas por outro lado a indústria
fonográfica conseguiu na
semana passada a aprovação,
pelo Senado, de lei que prevê
prisão de até quatro anos para
o crime de pirataria -agora só
falta a sanção pelo presidente
Lula. "Esse projeto sem dúvida
será um instrumento
importante para possibilitar a
recuperação de boa parte do
mercado musical legítimo, que
foi perdido para os piratas nos
últimos anos", comemora o
diretor-geral da Associação
Brasileira dos Produtores de
Discos, Paulo Rosa. A ABPD
mantém o silêncio sobre a lei
do jabá.
MUSA MPB
O poeta Carlos Rennó
prepara o que deve ser a maior
letra de MPB de todos os
tempos. Em 384 versos, "Uma
Única Musa" se dedica a citar
nominalmente musas
históricas da MPB (além de
várias estrangeiras), da Rosa de
Pixinguinha à Kátia Flávia de
Fausto Fawcett e à Tiazinha de
Vinny. Segundo Rennó,
Lenine manifestou desejo de
musicá-la, mas ainda não há
previsão de gravação.
REUNIÃO BLACK
Sustentáculo da geração black Rio, a União Black se prepara para
voltar à ativa, em shows e gravações. A banda gravou um LP em 77.
psanches@folhasp.com.br
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