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A ficção de Woody Allen
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Em "Melinda e Melinda",
como o título dá a entender,
existem duas Melindas, em
situações diferentes, mas a
coisa não dá muito resultado. Ela é melhor resolvida
em "Igual a Tudo na Vida"
(Telecine Premium, 21h),
um filme também recente
de Woody Allen.
Ali estão, a rigor, dois
Woodys. O jovem, na pessoa de Jason Biggs, e o velho, o próprio Allen. É o sonho da maioria das pessoas:
ser si mesmo, muito maduro, aconselhando a si mesmo, sempre jovem. Observando a possibilidade de se
corrigir, de se aperfeiçoar
cada vez mais.
Infelizmente, isso não
acontece na vida, somente
na ficção. E talvez seja forçoso reconhecer: Woody
Allen não é, talvez, um bom
cineasta, mas há alguns momentos em que é um bom
ficcionista. É muito mais do
que nada.
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