São Paulo, quarta-feira, 06 de junho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Pinheiro Guimarães é o vencedor do Juca Pato

Secretário-geral do Itamaraty receberá troféu de Intelectual do Ano de 2006

Prêmio, que contempla candidato único, refere-se ao livro "Desafios Brasileiros na Era dos Gigantes", que o embaixador lançou em 2006


DA REPORTAGEM LOCAL

A União Brasileira de Escritores anunciou ontem que o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, secretário-geral do Itamaraty, é o vencedor do troféu Juca Pato de Intelectual do Ano de 2006. Já em sua 43ª edição, o prêmio tem patrocínio da Folha. O embaixador era candidato único e receberá o troféu no segundo semestre, em data que será posteriormente divulgada pela UBE.
O prêmio refere-se à obra "Desafios Brasileiros na Era dos Gigantes", que Pinheiro Guimarães lançou no ano passado, pela Contraponto Editora. Sua inscrição foi assinada por mais de 30 membros da UBE, entre eles Lygia Fagundes Telles, Anna Maria Martins, Milton Godoy Campos e Audálio Dantas.
Segundo comunicado da UBE, o livro de Pinheiro Guimarães "cuida do trabalho da integração da América do Sul, especialmente do regime de trocas e de relações simétricas entre o Brasil e a Argentina, a fim de se robustecerem nas negociações globais. Desenvolve importante argumentação acerca da Amazônia e das disputas que se armam em torno de sua riqueza mineral, vegetal, hídrica e de biodiversidade".
O embaixador está em viagem oficial ao Panamá e não pôde falar com a reportagem.

Trajetória
Nascido em 1939, Pinheiro Guimarães é mestre em economia pela Universidade de Boston, foi professor da Universidade de Brasília, do Instituto Rio Branco, da Escola de Políticas Públicas e Governo e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
O embaixador também foi Chefe do Departamento Econômico do Itamaraty e Diretor do Instituto de Pesquisa e Relações Internacionais (IPRI). Desde 2003 é secretário-geral das Relações Exteriores. Dele, a Contraponto Editora também lançou "Quinhentos Anos de Periferia".

Polêmicas
Ao longo de sua carreira diplomática, Pinheiro Guimarães já esteve envolvido em algumas polêmicas. No governo João Figueiredo (1979-1985), quando era vice-presidente da estatal Embrafilme, deixou o cargo depois de uma crise gerada pelo filme "Pra Frente Brasil" (1982), de Roberto Farias, que fazia críticas à ditadura militar.
Durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, criticou a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e acabou sendo exonerado da direção do IPRI. Mais recentemente, o embaixador criou no Itamaraty uma controversa lista de livros que deveriam ser lidos pelos diplomatas. A imposição foi criticada pelo ex-embaixador em Washington Roberto Abdenur, e a prática foi abolida pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.


Texto Anterior: Saiba mais: Músico trouxe violoncelo para o solo popular
Próximo Texto: Livros: Biógrafo de RC reafirma luta contra proibição
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.