São Paulo, sexta-feira, 06 de junho de 2008

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Crítica

Samurai de Yamada encarna o fim do gênero

CRÍTICO DA FOLHA

Assim como os faroestes, os filmes de samurai sumiram do mapa, se tornaram uma espécie de relíquia do cinema japonês, de maneira que quando vemos "Samurai do Entardecer" (TC Cult, 0h), o entusiasmo é quase imediato.
Mas a possibilidade de decepção existe, porque o veteraníssimo Yôji Yamada parece saber que está às voltas com um gênero extinto. E o samurai Seibei, pobre, viúvo, melancólico, encarna bem esse fim.
Ora, o filme se encontra habilmente com o fim de uma era. O entardecer corresponde ao fim de Tokugawa, 1868, e ao início da era Meiji, de modernização do país. Portanto, ao fim dos samurais. Com isso, cada missão de Seibei apresenta não apenas os riscos naturais de sua atividade como o risco iminente do anacronismo.
Não deixa de ser uma feliz coincidência que, no mesmo dia, no mesmo horário, passe também a história de outro deslocado desse mundo: "O Último Refúgio" (TCM, 0h), de Raoul Walsh, com Humphrey Bogart. (INÁCIO ARAUJO)


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