São Paulo, sexta-feira, 06 de julho de 2001

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MÚSICA/LANÇAMENTO


Sai no Brasil o álbum "Flowers", o mais recente CD da banda de Ian McCulloch e Will Sergeant, considerado o retorno do grupo à sonoridade dos anos 80


Ec(h)o do passado

LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

O caráter de banda seminal não existe mais, mas bons ventos trazem o grupo Echo & The Bunnymen ao falatório pop, com o lançamento no Brasil de seu mais recente álbum, "Flowers", e a edição no próximo dia 17 na Inglaterra de histórica caixa de quatro discos.
"Flowers" é um apanhado de boas canções pop guiadas por guitarra psicodélica, como definiu à Folha o guitarrista Will Sergeant, em entrevista por telefone, de Liverpool, terra de boas bandas de rock.
O novo álbum é considerado a volta do grupo de Ian McCulloch e Will Sergeant aos bons tempos, os mesmos bons tempos relembrados pela caixa comemorativa, que encerra em quatro discos 20 anos da obra do grupo.
A caixa sairá com o nome "Crystal Days 1979-1999" e conterá 72 canções para aprender e cantar, incluindo os clássicos, raridades e faixas ao vivo.
Os mesmo bons ventos dos lançamentos soprarão o Echo & The Bunnymen na direção do Brasil. Segundo afirmou Sergeant, a banda virá ao Brasil pela terceira vez, em novembro próximo, durante turnê pela América do Sul.
Confira abaixo mais da entrevista com o músico que toca para Ian McCulloch cantar.

Folha - A imprensa inglesa afirmou que "Flowers", o novo álbum, é um disco muito mais seu do que de Ian McCulloch, uma vez que o grande destaque do CD é a volta das guitarras do Echo dos anos 80. Você vê assim?
Will Sergeant -
Não diria desse jeito, porque sem a voz de Ian o Echo & The Bunnymen não seria a mesma banda. O que aconteceu foi que voltamos a usar a clássica fórmula: boas canções pop guiadas por uma guitarra psicodélica. Talvez essa seja a razão.

Folha - O Echo & The Bunnymen já tem mais de 20 anos de estrada. Ainda há fôlego para "music business"?
Sergeant -
Estamos um pouco cansados. Mas não é porque a banda já tem mais de 20 anos. Sempre estivemos cansados, desde o começo. Mas aí é hora de focar a música que está sendo feita. Se você confia no seu trabalho, acha que ele tem qualidade, fica mais fácil aguentar qualquer pressão. Tenha a banda a idade que tiver, 20 dias ou 20 anos.

Folha - Se fosse para colocar este "Flowers" em um ranking dos discos do Echo, que lugar ele ocuparia para você?
Sergeant -
É difícil dizer. Nunca faria um ranking dos álbuns do Echo. Não tenho um disco preferido. Todos para mim têm a mesma importância, seja o "Crocodiles" (1980) ou este último. São como uma continuação um do outro. Consigo enxergar uma fase distinta do Echo & The Bunnymen em cada um deles.

Folha - Há a intenção de excursionar pelo mundo todo com a turnê do novo disco, América do Sul inclusive, Brasil inclusive, ou a banda vai percorrer só o percurso Europa-EUA-Japão?
Sergeant -
O que disseram para mim, na gravadora, é que há shows marcados na América do Sul no final deste ano. Acho que as apresentações no Brasil serão em novembro, se eu não estiver enganado. Mas não estou.

Folha - Vocês já fizeram a turnê inglesa [o Echo toca hoje em Washington DC"? Como foram os shows, quanto à aceitação pela banda dos fãs mais jovens, que gostam de Coldplay, Doves e Starsailor?
Sergeant -
Foram muito bons. Começaram mornos e terminaram espetaculares.
Vi alguns garotos com camisetas dessas bandas, mas eles pareciam estar gostando da nossa música. Senão, acho que eles não estariam lá, não é?

Folha - Você e o restante da banda ainda vivem em Liverpool? Como está a cidade?
Sergeant -
Sim, claro. Ian vive no centro da cidade. Eu vivo num vilarejo vizinho, mas bem perto de Liverpool, tipo 30 quilômetros. Música boa, pubs legais, muita cerveja. Não sairíamos daqui para lugar algum, posso dizer.

Folha - O que você lembra quanto às turnês do Echo no Brasil, em 1999 e nos anos 80?
Sergeant -
Eu me lembro muito da praia e de andar pelas ruas de São Paulo. Comprei bons fones de ouvidos em São Paulo. Acredita que quase me recordo mais da turnê de 87? Fomos a um clube muito bom no Rio, lembro-me até dos seguranças de lá. Bebemos tanto que não sei como fomos embora. Amanhecemos na praia. Lembro ainda de filmarmos o videoclipe ["The Game]". Sempre nos divertimos muito no Brasil, seja tocando ou passeando. Em novembro, provavelmente, vamos voltar.



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