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MÚSICA/LANÇAMENTO
Sai no Brasil o álbum "Flowers", o mais recente CD da banda de Ian McCulloch
e Will Sergeant, considerado o retorno
do grupo à sonoridade dos anos 80
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Ec(h)o do passado
LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
O caráter de banda seminal não
existe mais, mas bons ventos trazem o grupo Echo & The Bunnymen ao falatório pop, com o lançamento no Brasil de seu mais recente álbum, "Flowers", e a edição
no próximo dia 17 na Inglaterra
de histórica caixa de quatro discos.
"Flowers" é um apanhado de
boas canções pop guiadas por
guitarra psicodélica, como definiu à Folha o guitarrista Will Sergeant, em entrevista por telefone,
de Liverpool, terra de boas bandas de rock.
O novo álbum é considerado a
volta do grupo de Ian McCulloch
e Will Sergeant aos bons tempos,
os mesmos bons tempos relembrados pela caixa comemorativa,
que encerra em quatro discos 20
anos da obra do grupo.
A caixa sairá com o nome
"Crystal Days 1979-1999" e conterá 72 canções para aprender e
cantar, incluindo os clássicos, raridades e faixas ao vivo.
Os mesmo bons ventos dos lançamentos soprarão o Echo & The
Bunnymen na direção do Brasil.
Segundo afirmou Sergeant, a banda virá ao Brasil pela terceira vez,
em novembro próximo, durante
turnê pela América do Sul.
Confira abaixo mais da entrevista com o músico que toca para
Ian McCulloch cantar.
Folha - A imprensa inglesa afirmou que "Flowers", o novo álbum,
é um disco muito mais seu do que
de Ian McCulloch, uma vez que o
grande destaque do CD é a volta
das guitarras do Echo dos anos 80.
Você vê assim?
Will Sergeant - Não diria desse
jeito, porque sem a voz de Ian o
Echo & The Bunnymen não seria
a mesma banda. O que aconteceu
foi que voltamos a usar a clássica
fórmula: boas canções pop guiadas por uma guitarra psicodélica.
Talvez essa seja a razão.
Folha - O Echo & The Bunnymen já
tem mais de 20 anos de estrada.
Ainda há fôlego para "music business"?
Sergeant - Estamos um pouco
cansados. Mas não é porque a
banda já tem mais de 20 anos.
Sempre estivemos cansados, desde o começo. Mas aí é hora de focar a música que está sendo feita.
Se você confia no seu trabalho,
acha que ele tem qualidade, fica
mais fácil aguentar qualquer pressão. Tenha a banda a idade que tiver, 20 dias ou 20 anos.
Folha - Se fosse para colocar este
"Flowers" em um ranking dos discos do Echo, que lugar ele ocuparia
para você?
Sergeant - É difícil dizer. Nunca
faria um ranking dos álbuns do
Echo. Não tenho um disco preferido. Todos para mim têm a mesma importância, seja o "Crocodiles" (1980) ou este último. São como uma continuação um do outro. Consigo enxergar uma fase
distinta do Echo & The Bunnymen em cada um deles.
Folha - Há a intenção de excursionar pelo mundo todo com a turnê
do novo disco, América do Sul inclusive, Brasil inclusive, ou a banda
vai percorrer só o percurso Europa-EUA-Japão?
Sergeant - O que disseram para
mim, na gravadora, é que há
shows marcados na América do
Sul no final deste ano. Acho que as
apresentações no Brasil serão em
novembro, se eu não estiver enganado. Mas não estou.
Folha - Vocês já fizeram a turnê
inglesa [o Echo toca hoje em Washington DC"? Como foram os
shows, quanto à aceitação pela
banda dos fãs mais jovens, que
gostam de Coldplay, Doves e Starsailor?
Sergeant - Foram muito bons.
Começaram mornos e terminaram espetaculares.
Vi alguns garotos com camisetas dessas bandas, mas eles pareciam estar gostando da nossa música. Senão, acho que eles não estariam lá, não é?
Folha - Você e o restante da banda ainda vivem em Liverpool? Como está a cidade?
Sergeant - Sim, claro. Ian vive no
centro da cidade. Eu vivo num vilarejo vizinho, mas bem perto de
Liverpool, tipo 30 quilômetros.
Música boa, pubs legais, muita
cerveja. Não sairíamos daqui para
lugar algum, posso dizer.
Folha - O que você lembra quanto
às turnês do Echo no Brasil, em
1999 e nos anos 80?
Sergeant - Eu me lembro muito
da praia e de andar pelas ruas de
São Paulo. Comprei bons fones de
ouvidos em São Paulo. Acredita
que quase me recordo mais da
turnê de 87? Fomos a um clube
muito bom no Rio, lembro-me
até dos seguranças de lá. Bebemos
tanto que não sei como fomos
embora. Amanhecemos na praia.
Lembro ainda de filmarmos o videoclipe ["The Game]". Sempre
nos divertimos muito no Brasil,
seja tocando ou passeando. Em
novembro, provavelmente, vamos voltar.
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