São Paulo, sexta-feira, 06 de julho de 2007

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Justiça libera Live Earth em Copacabana

Polícia Militar volta atrás e afirma que poderá garantir a segurança no evento; Ministério Público deve recorrer

Transferência de um show gospel que seria realizado próximo ao Live Earth para a Apoteose motivou mudança de posição da polícia

DA SUCURSAL DO RIO

A Justiça do Rio liberou ontem a realização do show Live Earth, no sábado, na praia de Copacabana, zona sul da cidade. O evento havia sido suspenso pela juíza da 4ª Vara da Fazenda Pública Maria Paula Gouvêa Galhardo, atendendo pedido liminar do Ministério Público, que deve recorrer da nova decisão.
O pedido para a revogação da liminar de terça-feira, feito pela Riotur (empresa de turismo da prefeitura), só foi aceito após o recuo da Polícia Militar.
O chefe do Estado Maior da corporação, coronel Samuel Dias Dionízio, que havia afirmado "não ser oportuna" a realização do show -confirmado para o sábado, às 16h-, garantiu em um segundo ofício a segurança do evento.
O "nada a opor" foi dado após a transferência de um show gospel, marcado para o mesmo dia, para a praça da Apoteose, no centro. Inicialmente, o evento seria realizado no Aterro do Flamengo, local próximo à realização do Live Earth.
"Considerando que foram sanadas as irregularidades inicialmente constatadas e destacando o compromisso pessoal do chefe do Estado Maior Geral, coronel Samuel Dias Dionízio, em garantir a segurança pública do evento, revogo a liminar concedida, autorizando a realização do evento denominado Live Earth" , escreveu a juíza na decisão.
O show será realizado simultaneamente em oito cidades (além do Rio, Sidnei, Tóquio, Xangai, Joanesburgo, Londres, Hamburgo e Nova York). Apenas no Brasil a entrada será franca. A expectativa da organização do evento é de um público de 600 mil pessoas.
A programação do show no Rio conta com artistas e grupos como Lenny Kravitz, Pharrel Williams, Marcelo D2, O Rappa, Jorge Ben Jor e MV Bill.
Idealizado pelo ex-vice-presidente dos EUA Al Gore, o evento tem como objetivo chamar a atenção sobre o problema do aquecimento global.

Recurso
O Ministério Público disse que iria recorrer ainda ontem da decisão. A promotora de Defesa do Meio Ambiente, Denise Tarin, afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que "o Estado-Maior da corporação [PM], quando enviou ofício ao MP, em 2 de julho, informou que nenhum dos dois eventos -o Live Earth e o show gospel- poderia ocorrer".
Ela aponta ainda que o oficial "com dois dias de diferença, adotou posicionamentos diferenciados para o caso".
A Folha deixou recados para a assessoria de imprensa da PM e no gabinete de Dionízio, mas não houve retorno.
A Mondo Entretenimento, organizadora do evento, confirmou a realização do show e disse, por meio de sua assessoria, que acredita que "a PM garantirá a segurança de todos os presentes com a mesma eficiência com que realizou outros eventos do mesmo porte".
O Ministério Público argumentara, no pedido liminar, que a mobilização de policiais para o Pan-Americano, que começa no dia 13, e a operação no complexo do Alemão, em curso desde o dia 1º de maio, não permitiria que a PM garantisse a segurança durante os shows.
O secretário municipal de Turismo, Roberto Medina, afirmou, por meio de sua assessoria, que "as mais de 600 mil pessoas que estarão na praia de Copacabana participarão, com certeza, de um evento histórico, com grandes nomes da música brasileira e internacional, em clima de alegria e cordialidade, marcas características da cidade do Rio de Janeiro".


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