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Justiça libera Live Earth em Copacabana
Polícia Militar volta atrás e afirma que poderá garantir a segurança no evento; Ministério Público deve recorrer
Transferência de um show gospel que seria realizado próximo ao Live Earth para a Apoteose motivou mudança de posição da polícia
DA SUCURSAL DO RIO
A Justiça do Rio liberou ontem a realização do show Live
Earth, no sábado, na praia de
Copacabana, zona sul da cidade. O evento havia sido suspenso pela juíza da 4ª Vara da Fazenda Pública Maria Paula
Gouvêa Galhardo, atendendo
pedido liminar do Ministério
Público, que deve recorrer da
nova decisão.
O pedido para a revogação da
liminar de terça-feira, feito pela Riotur (empresa de turismo
da prefeitura), só foi aceito
após o recuo da Polícia Militar.
O chefe do Estado Maior da
corporação, coronel Samuel
Dias Dionízio, que havia afirmado "não ser oportuna" a realização do show -confirmado
para o sábado, às 16h-, garantiu em um segundo ofício a segurança do evento.
O "nada a opor" foi dado após
a transferência de um show
gospel, marcado para o mesmo
dia, para a praça da Apoteose,
no centro. Inicialmente, o
evento seria realizado no Aterro do Flamengo, local próximo
à realização do Live Earth.
"Considerando que foram sanadas as irregularidades inicialmente constatadas e destacando o compromisso pessoal
do chefe do Estado Maior Geral, coronel Samuel Dias Dionízio, em garantir a segurança
pública do evento, revogo a liminar concedida, autorizando
a realização do evento denominado Live Earth" , escreveu a
juíza na decisão.
O show será realizado simultaneamente em oito cidades
(além do Rio, Sidnei, Tóquio,
Xangai, Joanesburgo, Londres,
Hamburgo e Nova York). Apenas no Brasil a entrada será
franca. A expectativa da organização do evento é de um público de 600 mil pessoas.
A programação do show no
Rio conta com artistas e grupos
como Lenny Kravitz, Pharrel
Williams, Marcelo D2, O Rappa, Jorge Ben Jor e MV Bill.
Idealizado pelo ex-vice-presidente dos EUA Al Gore, o
evento tem como objetivo chamar a atenção sobre o problema do aquecimento global.
Recurso
O Ministério Público disse
que iria recorrer ainda ontem
da decisão. A promotora de Defesa do Meio Ambiente, Denise
Tarin, afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que "o
Estado-Maior da corporação
[PM], quando enviou ofício ao
MP, em 2 de julho, informou
que nenhum dos dois eventos
-o Live Earth e o show gospel- poderia ocorrer".
Ela aponta ainda que o oficial
"com dois dias de diferença,
adotou posicionamentos diferenciados para o caso".
A Folha deixou recados para
a assessoria de imprensa da
PM e no gabinete de Dionízio,
mas não houve retorno.
A Mondo Entretenimento,
organizadora do evento, confirmou a realização do show e
disse, por meio de sua assessoria, que acredita que "a PM garantirá a segurança de todos os
presentes com a mesma eficiência com que realizou outros eventos do mesmo porte".
O Ministério Público argumentara, no pedido liminar,
que a mobilização de policiais
para o Pan-Americano, que começa no dia 13, e a operação no
complexo do Alemão, em curso
desde o dia 1º de maio, não permitiria que a PM garantisse a
segurança durante os shows.
O secretário municipal de
Turismo, Roberto Medina,
afirmou, por meio de sua assessoria, que "as mais de 600 mil
pessoas que estarão na praia de
Copacabana participarão, com
certeza, de um evento histórico, com grandes nomes da música brasileira e internacional,
em clima de alegria e cordialidade, marcas características da
cidade do Rio de Janeiro".
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