São Paulo, quarta-feira, 06 de julho de 2011 |
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Sem inovar, Waters empolga multidão Ex-integrante do Pink Floyd, cuja turnê The Wall vem ao Brasil em março, lota seis apresentações em Londres Músico realiza shows em Porto Alegre, São Paulo e Rio; ingressos estarão à venda a partir de 19 de setembro VAGUINALDO MARINHEIRO DE LONDRES Desculpe o clichê, mas um texto sobre o show de Roger Waters permite o clichê dos clichês: gosto não se discute. A turnê The Wall, que excursiona pelo mundo, chega ao Brasil em março do ano que vem: Waters toca em Porto Alegre no dia 17, em São Paulo nos dias 22 e 23, e no Rio no dia 25. Se você gosta de um rock operístico, com longos solos de guitarra e mensagens edificantes, essa é sua meca, como comprovaram as pessoas que lotaram as seis apresentações que o ex-baixista e compositor do Pink Floyd fez em Londres. A cada noite, 20 mil pessoas veneravam cada verso e cada nota de músicas compostas há mais de 30 anos. Estavam lá: "Comfortably Numb", "The Trial", "Run Like Hell"... A plateia delirava também com os efeitos: fogos de artifício no início, sons de helicópteros e metralhadoras, bonecos infláveis gigantes e o famoso muro sendo construído no palco, ao longo do show, para separar músicos e público. Ao final, quando o muro vem abaixo, é um orgasmo coletivo. Waters sabe o que seu público, a maioria na casa dos 40, 50 anos, quer: nada de muita novidade. As músicas são tocadas como no disco de 1979. Ao cantar "Mother", Waters faz um dueto com a imagem dele mesmo gravada durante show do Pink Floyd em Londres, em 1980. Como muitos na plateia de hoje são os mesmos que assistiram àquela turnê, nova ovação coletiva. O muro funciona também como um grande telão, que alterna imagens psicodélicas com mensagens pacifistas. São projetadas cenas da tortura de americanos contra iraquianos em Abu Ghraib; crianças chorando ao receber os pais que voltam da guerra e até o rosto de Jean Charles de Menezes, o brasileiro morto pela polícia no metrô de Londres, em 2005. Voltando à questão de gosto, os fãs já devem se preparar para comprar a partir de 19 de setembro os ingressos para ver The Wall no Brasil. Mas se sua preferência for por um rock de dois acordes que não quer mudar o mundo, fuja. Caso contrário, poderá morrer de tédio. Texto Anterior: Crítica/Rock: Vocalista do Sonic Youth revela lado intimista em seu terceiro álbum solo Próximo Texto: Música: CDs Índice | Comunicar Erros |
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