São Paulo, domingo, 06 de agosto de 2006 |
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Mônica Bergamo @ - bergamo@folhasp.com.br
Baladas, bares e restaurantes "escondidos" na noite de São Paulo
Do lado de fora, portões discretos e fachadas neutras. Atrás dos muros, festas que avançam pela madrugada, com bebida, DJs ou forró, e que se proliferaram nos últimos anos. Há aqueles em que não basta
descobrir o endereço: é preciso ser indicado por um
freqüentador, como no Orkut. Alguns já atraíram descolados como Fernanda Lima e Ana Paula Arósio. Não há garçom no local. Cada cliente que escolha sua mesa por conta própria e apanhe no armário os pratos, copos e talheres que vai usar durante a refeição. O item mais pedido do cardápio é a moqueca (R$ 39,50) e os preços não passam de R$ 89 (lagosta para duas pessoas). E como é ter um restaurante dentro casa? "Tirando o cheiro de comida e o de cigarro, que sobem nos quartos, é bem legal", define Bia. FORRÓ SECRETO Arrasta pé-maçônico "Só topo aparecer na matéria se não sair nem endereço nem como chegar à minha balada", avisa o empresário Carlos Magno de Souza, organizador do Forró Secreto, que tem sedes variáveis e neste mês funciona em Perdizes. "Aqui só entra com nome na lista", avisa. E como colocar o nome na lista? "Um amigo seu precisa mandar um e-mail para te indicar", explica. Tanta restrição, argumenta Magno, é para evitar problemas com "estranhos" na balada. Uma vez indicado por um amigo e vencido o bloqueio quase maçônico do local, os freqüentadores são informados, logo de cara, de uma regra básica: Quem passar dos limites lá dentro será condenado à proibição eterna na festa. E também "desgraçará" com o veto o camarada autor da indicação. CEM A dona manda embora Uma cliente etilicamente turbinada se distrai e deixa quebrar um copo de vidro. Ouve-se um grito: "Criançada! Hora de ir para casa". É assim que Mary Lúcia Prado, a Meirinha, avisa seus clientes que precisa fechar o Clube Etílico Musical (CEM). Afinal, o local funciona na própria casa dela, na rua Fradique Coutinho. Meirinha e o marido, o músico Paulo Kannec, alugaram a casa há oito anos e instalaram nela uma lavanderia, onde os amigos ouviam Kannec tocar piano. E assim, em 2002, nasceu o CEM. O casal não mudou a fachada, nem o quintal, onde colocaram algumas mesas e construíram um palco. Visto da rua, o imóvel é irreconhecível. "Quando está muito cheio, algumas pessoas batem e perguntam o que é aqui. Às vezes até deixo entrar, mas é raro isso acontecer." Mesmo sem publicidade, a casa costuma atrair cerca de 70 pessoas por noite. Há 50 sócios de carteirinha, que pagam mensalidade de R$ 10 e, em vez de R$ 5 na entrada, pagam apenas R$ 2. Texto Anterior: "Superbabá" vira best-seller e chega ao Brasil Próximo Texto: Brasil arcaico estranha TV moderna Índice |
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