São Paulo, sexta-feira, 06 de agosto de 2010

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VIVIAN WHITEMAN - ultima.moda@grupofolha.com.br

Salto croquettista

Documentário "Dzi Croquettes" resgata espírito irreverente dos anos 70 e detona onda de revival estético do grupo carioca

O universo cênico e visual do grupo performático setentista Dzi Croquettes, que virou a cabeça do estilista Yves Saint-Laurent e de estilosos como David Bowie, está conquistando uma nova geração de designers e artistas.
Sucesso entre os modernos de São Paulo e destaque em revistas e sites fashion como "Hint Magazine" e "Papermag", o documentário "Dzi Croquettes", em cartaz na capital paulista, detonou um revival do grupo carioca.
Graças ao incentivo dos "neocroquettistas", o ator e dramaturgo Ciro Barcelos, um dos 13 integrantes do Dzi original, está montando uma semana de performances e homenagens ao grupo.
"Está rolando um fenômeno parecido com o que houve nos anos 1970, quando as pessoas viam o nosso show e começavam a copiar nosso visual", conta Ciro. A semana Dzi acontecerá em novembro, na casa de show Rio Scenarium, na capital carioca.
"Adoro o fato de eles usarem referências muito sofisticadas de maneira irônica e ousada", diz o estilista Dudu Bertholini, da Neon, um dos entusiastas do Dzi revival.
Visualmente, os Dzi Croquettes exploraram de forma inovadora e corajosa as barreiras entre os sexos e o conceito de androginia, o que ficava evidente nos figurinos.
"Nosso fundamento era a desconstrução dos modelos. Um vestido, por exemplo, ganhava um recorte para revelar partes da nossa anatomia masculina", conta Ciro.
Em Paris, os Dzi compravam peças no Marche Aux Puces (Mercado de Pulgas) e, em Portugal, buscavam material no lixo. "Fomos pioneiros da reciclagem! A gente reaproveitava tecidos, bordava, purpurinava, era uma festa", completa o ator.
O dramaturgo Jean D'Andrade também buscou nos Dzi Croquettes inspiração para sua peça "Agora É com Elas", baseada no filme "Connie e Carla", sobre atrizes que viram drag queens.
O espetáculo estreia em 7 de setembro, no teatro Bella, na Bela Vista. "Não tem como não citar o Dzi quando se fala em androginia. Eles são o alicerce de todas as encenações relacionadas à sexualidade feitas de forma política e não caricatural", diz Jean.


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