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TELEVISÃO
Manuais de qualidade das
emissoras podem virar lei
da Reportagem Local
O governo federal estuda tornar
lei os manuais de qualidade que
as redes de TV do país devem
apresentar até 20 de setembro.
Esses manuais devem nortear a
programação das emissoras, estabelecendo limites de horários para sexo e violência, por exemplo, e
multas para os profissionais que
cometerem "abusos".
No governo, há duas "frentes de
trabalho" sobre televisão: a do ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, e a do secretário dos
Direitos Humanos, José Gregori.
Pimenta da Veiga prepara o anteprojeto da Lei de Comunicação
Eletrônica de Massa, que irá regulamentar o setor de radiodifusão
(rádio e TV) nos aspectos tecnológico, jurídico e de conteúdo.
O anteprojeto deve sair do sigilo
neste mês, quando passa a ser discutido com entidades empresariais e organizações não-governamentais (ONGs). Segundo assessores de Pimenta da Veiga, a primeira versão do anteprojeto já deve prever o "estímulo a mecanismos de controle da sociedade sobre a programação".
Outro capítulo crucial será o
que tratará da TV digital, regulamentando a TV de alta definição
(HDTV), que permitirá que um
canal possa ter qualidade de cinema ou se dividir em outros subcanais.
Desde novembro passado, Gregori vem negociando com as redes de TV para que elas adotem
manuais de qualidade ou códigos
de ética próprios e individuais.
Para o secretário, é uma tentativa
de auto-regulamentação do setor.
Mas, caso as emissoras de TV
não apresentem seus manuais até
20 de setembro, Gregori ameaça
apelar à Lei de Comunicação Eletrônica de Massa.
Nessa hipótese, segundo Gregori, a lei traria os princípios genéricos da programação de TV -como o respeito aos princípios éticos e sociais já previstos na Constituição-, estabeleceria limites
de horários para determinados
assuntos, imporia multas e criaria
um conselho (formado pelas
emissoras e por ONGs) para fiscalizar o conteúdo.
Esse conselho pode ser criado
mesmo que os manuais sejam
considerados satisfatórios pelo
governo. Para isso, os códigos devem impor multas e impedir cenas de sexo e violência antes das
21h30. O conselho poderia multar
as TVs em casos de abuso, e o dinheiro iria para um fundo de programas educativos.
Mesmo com a aprovação dos
manuais, o governo estuda dar-lhes força de lei, por meio de homologação.
Anteontem, na abertura do Encontro Latino-Americano sobre
TV de Qualidade, em São Paulo,
Gregori anunciou que os manuais
serão avaliados por especialistas
presentes no evento.
(DANIEL CASTRO)
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