São Paulo, quinta-feira, 06 de setembro de 2007

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Crítica

Apelativo, "Olga" sofre derrota melodramática

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O problema que se coloca para o realizador que aspira ao sucesso popular é o de como dialogar com um público que só se reconhece nas narrativas de televisão (na novela, sobretudo).
Por isso, para tratar da trajetória de Olga Benário, a bolchevique, a mulher de Prestes, a única maneira encontrada por Jayme Monjardim em "Olga" (Canal Brasil, 19h20) foi o apelo ao melodrama.
Ao melodrama e ao clichê, mas deixemos este de lado, porque a razão de representar a vida de Olga é sua natureza, em que se juntam a figura histórica e o drama pessoal. Ora, o problema é que ela foi uma comunista, e o comunismo é, antes de tudo, uma questão de fé.
Olga foi entregue aos nazistas por ser judia e comunista. Destino terrível, naturalmente. Mas uma verdadeira bolchevique não se preocuparia assim com sua vida, pois ela luta com o olho na história, e esta é sua fé. Sua derrota, aí sim melodramática, foi virar personagem do drama mais burguês que um comunista já protagonizou.


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