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Crítica
Apelativo, "Olga" sofre derrota melodramática
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O problema que se coloca para o realizador que aspira ao sucesso popular é o de como dialogar com um público que só se
reconhece nas narrativas de televisão (na novela, sobretudo).
Por isso, para tratar da trajetória de Olga Benário, a bolchevique, a mulher de Prestes, a
única maneira encontrada por
Jayme Monjardim em "Olga"
(Canal Brasil, 19h20) foi o apelo ao melodrama.
Ao melodrama e ao clichê,
mas deixemos este de lado,
porque a razão de representar
a vida de Olga é sua natureza,
em que se juntam a figura histórica e o drama pessoal. Ora, o
problema é que ela foi uma comunista, e o comunismo é, antes de tudo, uma questão de fé.
Olga foi entregue aos nazistas por ser judia e comunista.
Destino terrível, naturalmente.
Mas uma verdadeira bolchevique não se preocuparia assim
com sua vida, pois ela luta com
o olho na história, e esta é sua
fé. Sua derrota, aí sim melodramática, foi virar personagem
do drama mais burguês que um
comunista já protagonizou.
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